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Polícia cumpre 7 mandados de condução em nova fase de operação contra máfia

Segunda fase da Mister Hyde chegou ao Hospital Daher, no Lago Sul com outros cinco mandados de busca e apreensão

Renato Alves, Luiz Calcagno
postado em 06/10/2016 10:31
Entre os alvos da sª fase da operação está o Hospital Daher, no Lago Sul. A Polícia Civil afirma que ao menos 60 pacientes foram lesados em 2016
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e a Polícia Civil deflagraram, na manhã desta quinta-feira (6/10), a segunda fase da operação Mister Hyde. Agentes da segurança pública cumpriram sete mandados de condução coercitiva, e cinco de busca e apreensão. A ação combate um esquema de superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e realização de cirurgias desnecessárias em pacientes com o uso de material vencido nos procedimentos.
A segunda fase da investigação contra a chamada Máfia das Próteses apura propinas pagas aos médicos em cirurgias com a utilização de órteses, próteses e materiais especiais (Opmes) comprados de empresas específicas, visando ganhos ilegais, além da lavagem de dinheiro feita pela organização criminosa, e operações gerenciadas por hospitais. Entre os alvos está o Hospital Daher no Lago Sul.

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Médicos, empresários, empresários do ramo de próteses e diretores de hospitais particulares da capital estão envolvidos nos crimes. Em alguns casos, cirurgiões chegaram a agravar o estado de saúde de vítimas, colocando-os em risco de morte, para obrigá-las a usar produtos de má qualidade vendidos a preços abusivos.


[SAIBAMAIS]1; fase

A investigação é comandada pela Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários de Serviços de Saúde (ProVida) e pela 4; Promotoria de Defesa da Saúde (4; Prosus), em parceria com a Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco). Promotores, delegados e agentes apuraram que o esquema tem como objetivo aumentar ganhos na realização de diversos tipos de procedimentos médicos ilícitos. A Polícia Civil afirma que ao menos 60 pacientes foram lesados em 2016 por uma das empresas investigadas.
A apuração evidencia casos em que cirurgias eram sabotadas pelos médicos, para que pacientes necessitassem de novos procedimentos, o que geraria ainda mais lucro. Além de utilizarem produtos vencidos, os envolvidos também trocavam produtos mais caros por outros de menor custo.

Na primeira fase da operação, deflagrada em 1; de setembro, policiais e promotores cumpriram 12 mandados de prisão, sendo sete temporárias e cinco preventivas, 21 mandados de busca e apreensão e quatro conduções coercitivas.
Durante os trabalhos, investigadores apreenderam R$ 51 mil na casa de um dos médicos, outros R$ 100 mil na casa de outro alvo além de US$ 90 mil dólares e euros. Em outra residência no Sudoeste, foram apreendidos aproximadamente R$ 69 mil, grande documentação de clientes e um cofre que o autor se recusou a abrir.

Os trabalhos mobilizaram, à época, 240 policiais civis, entre delegados e agentes 21 promotores do MPDFT e outros 21 agentes de segurança do órgão. Os alvos são divididos em três núcleos: TM Medical, Hospital e Médicos. Confira quem foi investigado até agora:

TM Medical:

>> Johny Wesley Gonçalves Martins, sócio-oculto da TM Medical
>> Mariza Aparecida Rezende Martins, sócia da TM Medical
>> Antônio Márcio Cantingueiro Cruz, sócio da TM Medical
>> Sammer Oliveira Santos, representante comercial da TM Medical
>> Danielle Beserra de Oliveira, representante comercial da TM Medical
>> Rosangela Silva de Sousa, representante comercial e instrumentadora da TM Medical
>> Edson Luiz Mendonça Cabral, representante comercial da TM Medical

Hospital:

>> Nabil Nazir El Haje, sócio-administrador do Hospital Home
>> Antônio Márcio Catingueiro Cruz, funcionário do Home

Médicos:

>> Marco de Agassiz Almeida Vasques
>> Eliana de Barros Marques Fonsêca
>> Rogério Gomes Damasceno
>> Juliano Almeida e Silva
>> Henry Greidinger Campos
>> Wenner Costa Cantanhede
>> Leandro Pretto Flores
>> Rondinely Rosa Ribeiro
>> Naura Rejane Pinheiro da Silva, secretária do médico Henry Campos

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