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Máfia das Próteses: por causa da idade, dono do Daher é solto pela Justiça

Suspeito de participação na chamada Máfia das Próteses, o cirurgião plástico de 71 anos foi preso nesta quinta-feira (6/10), em casa, por porte ilegal de arma restrita

Luiz Calcagno
postado em 07/10/2016 10:30
A arma apreendida, uma pistola modelo Colt .45, foi encontrado na residência do cirurgião plástico durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão
A Justiça acatou o pedido dos advogados do cirurgião plástico José Carlos Daher, 71 anos, e mandou que a Polícia Civil soltasse o empresário. Suspeito de participação na chamada Máfia das Próteses, o proprietário do Hospital Daher, que fica no Lago Sul, foi preso nesta quinta-feira (6/10) por porte ilegal de arma restrita. No requerimento, os defensores do investigado pediram a soltura com base na idade dele. O flagrante aconteceu enquanto policiais civis e promotores cumpriam mandados de busca e apreensão da segunda fase da operação Mister Hyde.

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[SAIBAMAIS]Agentes da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco) da Polícia Civil fizeram uma devassa no hospital particular na manhã de ontem. Segundo levantamento da Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários de Serviços de Saúde (ProVida), o cirurgião plástico e empresário atuava nos pagamentos que envolviam órteses e próteses, incluindo propinas. Ele foi preso em casa, no fim da tarde. A arma apreendida, uma pistola modelo Colt .45, foi encontrado na residência do cirurgião plástico durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão.

O médico foi levado para a Deco, mas liberado poucas horas depois. O esquema contava com a participação de médicos, empresários e vendedores do ramo de órteses, próteses e materiais especiais (OPME). Além do Hospital Daher, o Home, que fica no Sudoeste, também foi alvo da operação Mister Hyde. Integrantes do esquema são suspeitos de usar próteses vencidas ou de baixa qualidade em cirurgia e até de piorar o estado de saúde de pacientes para obrigá-los a pagar pelos produtos.

Os participantes também são investigados por pagamento de propina e lavagem de dinheiro. Os médicos envolvidos, além dos honorários, recebiam dos hospitais de 3,5% a 7% e mais quase 30% da distribuidora dos materiais. ;A diferença entre o Home e o Daher é que, no primeiro, quem atuava eram os funcionários. No segundo, no Lago Sul, notamos uma participação forte do dono do hospital no gerenciamento das transações ilegais;, afirmou Mauricio Miranda, promotor de Justiça da ProVida.

A pena prevista para o crime de posse irregular de arma de fogo de uso restrito é de 3 a 6 anos de reclusão.

Leia mais sobre a prisão de Daher no CBPoder.

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