Otávio Augusto
postado em 26/10/2016 13:31
O movimento sindical recuou e cancelou o ato unificado que aconteceria na tarde desta quarta-feira (26/10), às 14h. Representantes de grande parte das 32 categorias decidiram que a mobilização deve ocorrer em 10 de novembro, às 10h, na Câmara Legislativa ; mesma data da assembleia do Sindicato dos Professores (Sinpro), que acontecerá um pouco mais cedo, às 9h30, em frente ao Palácio do Buriti. Apesar do cronograma, divergências entre os líderes sindicais podem postergar, mais uma vez, o ato unificado. Uma corrente defende que a ação seja antecipada para 3 de novembro. Os servidores públicos cobram o pagamento da última parcela do reajuste salarial, aprovado na gestão de Agnelo Queiroz (PT), em 2013.
No início da manhã, o Sindicato dos Servidores da Administração Direta, que representa 17 categorias, reuniu servidores no Centro de Convenções. Por volta das 11h30, eles seguiram em caminhada para a Praça do Buriti. O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (SindSaúde) também realizou assembleia hoje e decidiu pela greve a partir de 3 de novembro.
Durante a tarde, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) faz assembleia. Desde julho a categoria pleiteia a manutenção da equiparação salarial com a Polícia Federal, equivalente a 37%, além recomposição do efetivo. O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol) estima que, atualmente, a corporação é composta por 4,5 mil policiais. Assim, a defasagem seria de 50%.
Para tentar evitar a paralisação o governo de Brasília apresentou, nesta terça-feira (25/10), planilhas de gastos aos representantes dos servidores, a fim de convencê-los acerca da inviabilidade da negociação. A medida, porém, não surtiu efeito. As relações entre os servidores e o governo pioraram desde que o Executivo local adiou, pelo segundo ano consecutivo, o pagamento do benefício.
O GDF precisa de R$900 milhões para fechar o ano com os pagamentos em dia. Além disso, a previsão de deficit para 2017 equivale à cerca de R$2,3 bilhões. O Executivo local já ultrapassou o limite prudencial de gastos com pessoal definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Dessa forma. segundo o Palácio do Buriti, caso o reajuste fosse concedido às 32 categorias, os caixas brasilienses sofreriam uma perda de R$1,5 bilhão ao ano e Rodrigo Rollemberg (PSB), atingiria, ainda, o limite máximo da LRF, ficando sujeito à declaração de inelegibilidade.
Memória
Situação parecida em 2015
O atual momento lembra cenas de janeiro de 2015, quando hospitais públicos da capital federal fecharam as portas, 470 mil alunos ficaram sem aula, o Detran e os postos do Na Hora suspenderam totalmente as atividades e até o Samu operou com 50% das ambulâncias. No ano passado, o estopim para a greve foi a falta de um cronograma para o pagamento dos reajustes concedidos na gestão de Agnelo Queiroz (PT).
Agenda
Sindicatos realizam vários atos nos próximos dias:
Hoje
Estão em greve auxiliares e técnicos de enfermagem, técnicos em radiologia e agentes de atividades penitenciárias. Delegados ainda marcaram uma assembleia para decidir os rumos do movimento
Amanhã
Assembleia geral do Sindate, às 10h, em frente a Câmara Legislativa
26 de outubro
Assembleia do DFTrans
Assembleia do SLU
Assembleia da Codeplan
Assembleia da PPG
27 de outubro
Assembleia da SEAGRI
Assembleia da SAB
1; de novembro
Assembleia Sindetran
Assembleia da CEASA
3 de novembro
Greve do SindSaúde
7 de novembro
Previsão de greve do DER/DF
8 de novembro
Servidores do Departamento de Trânsito (Detran) realizam assembleia
10 de novembro
Assembleia geral dos professores, às 9h30, em frente ao Palácio do Buriti.
Ato unificado com indicativo de greve, às 10h, em frente a Câmara Legislativa.