Cidades

Fiscais da Agefis vão até feira de adoção de animais após denúncia

Servidores estiveram no endereço para notificar os responsáveis por falta de autorização do uso de espaço público. A feira no local ocorre há seis anos e semanalmente cerca de 40 animais são levados para adoção

Isa Stacciarini
postado em 29/10/2016 12:16
Presença de equipes da Agefis mobilizou alguns moradores e visitantes da feira de cães e gatos que se contrariaram com a denúncia
Uma denúncia anônima contra uma feira de adoção de cães e gatos do abrigo Flora e Fauna, que acontece todo sábado na 108 Sul, mobilizou equipes da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) Na manhã deste sábado (29/10) fiscais estiveram no endereço para notificar os responsáveis por falta de autorização do uso de espaço público. A feira no local ocorre há seis anos das 11h às 16h e, semanalmente, cerca de 40 animais são levados para adoção. Apesar da popularidade do evento, que atrai a visita de moradores e visitantes da quadra, não é a primeira vez que a proprietária do abrigo recebe denúncia contra a feirinha.
Fundadora da associação protetora dos animais há 11 anos, Orcileni Arruda de Carvalho contou que no início do ano recebeu um e-mail de moradores de um prédio vizinho ao local onde acontece a feira. ;Não é de hoje que reclamam. Eles (moradores) já emitiram um e-mail dizendo que nós já tínhamos nos beneficiado do espaço há cinco anos e que era suficiente e bastava. Eles não reclamam por causa do espaço público, mas alegam que os animais latem, fazem barulho, e exalam odor. É claro que muda a rotina das pessoas, mas é só um dia de doação à proteção animal;, destacou.
Fiscais da Agefis se deslocaram até o endereço onde ocorre a feirinha após denúncia
Orcileni resgata animais da rua e em situação em risco. Após os cuidados iniciais, eles são colocados para doação. A feira na Asa Sul, embora organizada pelo abrigo Flora e Fauna, reúne diversos protetores dos animais que também levam cachorros e gatos ; filhotes e adultos ; para serem adotados. ;Essa é a única forma de encaminhá-los à um lar. A feirinha na 108 Sul se tornou cultural. Hoje, muitas pessoas que pensam em doar as crias das suas cadelas também vão até o espaço entregar os animais. E todo sábado há adoção. O local fica lotado;, ressaltou.
Mas, apesar do trabalho, ela confessou que não tem autorização para usar o espaço. ;Nunca recebemos nenhuma visita, mas vamos correr atrás disso agora. Não tiro a razão dos servidores da Agefis. Eles estão cumprindo o ofício deles, mas que mal tem esse trabalho que fazemos na vida das pessoas? O abrigo visa o bem estar dos animais e, consequentemente, da população;, afirmou.

Reação

A comerciante Graça Souza, 45 anos, tem um Pet Shop ao lado da feira de adoção há 20 anos. Ela contou que o evento atrai moradores de todo o Distrito Federal, como de Sobradinho, Park Way, Guará e Asa Sul. ;É um trabalho bonito que não está sendo feito para ganhar dinheiro. Não tem coisas ilícitas aqui. Pelo contrário. A dona do abrigo tira o sábado dela para dar amor e doar os bichinhos que moravam na rua largados e abandonados;, considerou.
A empresária contou que a presença de fiscais da Agefis incomodou alguns moradores e visitantes do espaço que frequentam o evento. ;Muita gente ficou revoltada, porque procuram muito pela feira. Quantos bichinhos hoje não tem um lar por causa do trabalho que essas pessoas fazem? Fico com meu coração entristecido por causa dessa denúncia;, lamentou.
O Correio procurou a Agefis na manhã deste sábado (29/10) e aguarda retorno.

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