Cidades

Perfis suspeitos no DF receberam mais de R$ 27 milhões do Bolsa Família

Mais de 8 mil pessoas são acusadas de se beneficiar do programa irregularmente, em sua maioria, empresários

Hellen Leite
postado em 11/11/2016 18:57
Mais de 8 mil pessoas são acusadas de se beneficiar do programa irregularmente, em sua maioria, empresários

Dos R$ 464 milhões pagos pelo Bolsa Família no Distrito Federal, mais de R$ 27 milhões podem ter sido repassados a perfis suspeitos. Os dados do Ministério Público Federal (MPF), divulgados nesta sexta-feira (11), apontam 8.424 pessoas identificadas como suspeitas de receberem irregularmente o benefício no DF.

[SAIBAMAIS]O Distrito Federal tem 150.635 famílias inscritas no programa até agosto de 2016, segundo o MPF. Os perfis suspeitos foram classificados em grupos, O maior indicativo de renda incompatível com o perfil de pobreza ou extrema pobreza, exigido pelas normas do programa, foram empresários, com 7.315; seguidos por servidores públicos 932; falecidos, com 120; e doadores de campanha, com 45 casos. O levantamento foi feito entre os anos de 2013 e maio de 2016.

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Já quando considerado todos os municípios do Brasil, o valor pago a perfis suspeitos salta para R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 2,03 bilhões pagos a empresários; R$ 1,23 bilhões a servidores públicos com clã familiar de até quatro pessoas; R$ 25,97 milhões pagos a beneficiários falecidos; R$ 11,89 milhões a doadores de campanhas que doaram valores superiores ao benefício recebido; R$ 11,48 milhões a servidores públicos doadores de campanha.

Benefício suspenso

Na última segunda-feira (7/11), o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário anunciou ter encontrado irregularidades em 1,136 milhão de benefícios do Bolsa Família. Destes, 469 mil foram cancelados e outros 667 mil, bloqueados.No DF, 5.573 contas foram bloqueadas e 3.606 canceladas.

No caso dos bloqueios, os usuários têm até três meses para comprovar que cumprem os requisitos do programa de distribuição de renda e podem voltar a receber o benefício. A pasta também convocou 1,4 milhão de famílias para fazer atualização cadastral em janeiro de 2017.

Os cancelamentos já começam a valer em novembro e terão impacto de R$ 1,024 bilhão na folha de pagamento do Bolsa Família. No caso dos bloqueios, o governo espera uma economia de R$ 1,42 bilhão, caso as irregularidades sejam confirmadas.

O programa

O Bolsa Família é voltado para famílias extremamente pobres (renda per capita mensal de até R$ 85) e pobres (renda per capita mensal entre R$ 85,01 e R$ 170). Ao entrarem no programa, as famílias recebem o benefício mensalmente e, como contrapartida, cumprem compromissos nas áreas de saúde e educação. O valor repassado a cada família depende de fatores como o número de membros, a idade de cada um e a renda declarada no Cadastro Único.

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