Cidades

Viúvo se dedica a aliviar sofrimento de filho com doença degenerativa

Depois de perder a mulher para uma doença degenerativa congênita, o aposentado Carlos Luiz Secundo se dedica a aliviar o sofrimento do filho Rodrigo, portador do mesmo mal que acometeu a mãe

Roberta Pinheiro - Especial para o Correio
postado em 27/11/2016 08:00

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As mãos estão sobrepostas. Um detalhe que revela a intensidade da relação. Enquanto conversa, o aposentado Carlos Luiz Secundo, 67 anos, segura os dedos do filho e, aos poucos, faz um carinho. Ali, manifesta proteção, cuidado, dedicação e amor. Tudo reunido em um singelo toque de pele e sem que ninguém perceba. Ao menos, sem querer chamar a atenção. Não que a vida de Carlos e do filho, Rodrigo Luiz Araujo Secundo, 36 anos, seja fácil ou suave. Pelo contrário, diante das adversidades de uma doença hereditária degenerativa e incurável é no tocar que o pai fala: ;Moreno, estou aqui, meu filho, ao seu lado;. Afinal, a vida não para.

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A frase está escrita no aparelho de locomoção de Rodrigo e serve como um lembrete. Enquanto a equipe médica pesquisava a doença rara dele, a vida continuava com os altos e baixos, as alegrias e as tristezas. ;Como o tempo que também não para. Enquanto a gente espera a cura do mal, a vida não para e a gente vai indo;, explica Carlos. O filho homem mais velho do aposentado teve uma infância normal. Apesar de ser um pouco mais lento que os outros, principalmente, nas brincadeiras de corrida, despontou na inteligência e na habilidade com computadores. ;Ele sempre foi muito ativo. Cursou o segundo grau com desenvoltura e se formou com dezesseis anos de idade. Foi muito bem. Na universidade, queria fazer arquitetura. Passou nas provas específicas, mas não conseguiu pontos suficientes nos outros exames;, relembra. Rodrigo optou, então, por cursar computação em uma faculdade particular de Brasília e deu início ao sonho da graduação.

Aulas, amigos, vizinhança, grupo da Igreja, família. Como todo jovem, Rodrigo tinha uma vida movimentada e cheia de atividades. Um pouco depois de iniciar os estudos, começou a trabalhar em uma empresa de assessoria técnica em informática. Em casa, também socorria os pedidos dos familiares. ;Ele sempre consertava meu computador, a gente saía junto, viajava. Desde nova convivia muito com ele;, relembra a prima Marcela Secundo, 22 anos. Com o passar dos anos de faculdade, Carlos notou que a formatura do filho estava demorando mais que o normal. ;Perguntamos uma vez e ele disse que tinha dificuldades de pegar matéria com pré-requisitos já que o curso havia mudado de nome, mas, por conta da delonga, fomos fazer uma visita ao coordenador da faculdade;, conta Carlos. A surpresa da família veio em seguida. Rodrigo tinha uma série de faltas e reprovações em disciplinas e não sabia explicar o porquê. Acabou jubilado.

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