Cidades

Saúde admite fragilidade na fiscalização de atestados médicos falsos

Pela segunda vez este ano, sistemas são alvo de investigação. Secretaria admite que não tem como fazer mudanças para fortalecer a segurança do sistema que gerencia os dados

Otávio Augusto
postado em 08/12/2016 21:08
Apesar de colaborar com as investigações da Operação Trackcare, que apura fraudes em atestados médicos, a Secretaria de Saúde admite que não tem como fazer mudanças para fortalecer a segurança do sistema que gerencia os dados. A pasta afirma que vai iniciar "uma rigorosa investigação" para identificar os integrantes do esquema de corrupção. Essa é a segunda vez que centrais de dados da pasta são alvo de investigação.

A Corregedoria da Saúde acredita que até 40% dos 2,5 mil atestados homologados entre junho de 2015 e setembro deste ano podem ser fraudulentos, conforme revelou o Correio na última quarta-feira (7/12). Caso seja comprovada a fraude, os servidores envolvidos podem responder por infração grave. A punição vai de advertência e até demissão, sob a acusação de abandono de cargo.

[SAIBAMAIS]O Ministério Público (MPDFT) atribui a fraude à falta de fiscalização. "Vamos ter de cobrar mais daqueles gestores que registram os atestados. Precisamos que protocolos sejam implantados para frear essa sangria. Não podemos permitir que esses crimes aconteçam. Queremos um efeito educativo dentro da administração pública", criticou o promotor de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida), Maurício Miranda.

Falha nos sistemas

Dados do Sistema Forponto - que registra a produtividade dos servidores da Secretaria de Saúde - foram apagados em 21 de outubro. Sem as referências, a pasta não tem como analisar a presença dos servidores, contabilizar as horas trabalhadas, medir as horas extras, entre outras informações, como adiantou o site Correio à época.

A Subsecretaria de Gestão de Pessoas (Sugep) registrou ocorrência. Ao todo, cerca de 32 mil servidores da Secretaria de Saúde tiveram as informações perdidas. A pasta recuperou parte das informações com um backup.

Nesta quinta-feira (8/12), a Secretaria de Saúde admitiu vulnerabilidade. "A respeito dos sistemas ForPonto e Trackcare, a secretaria informa que ambos são para registros de informações, com acesso restrito a pessoas autorizadas e mediante senha de uso pessoal. Não há o que ser feito para fortalecer os sistemas", explicou, em nota.

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