Cidades

População busca alternativas para se adaptar ao racionamento de água

Condomínios se programam para não ficar desabastecido. Alguns fazem o próprio rodízio, outros aproveitam a chuva

Walder Galvão*, Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 20/01/2017 06:10

Sem dinheiro para comprar caixa d%u2019água,  Crispiniana tem recorrido a baldes e panelas para armazenar água


Em tempos de racionamento, o brasiliense começa a se reinventar e a pensar duas vezes antes de abrir a torneira. Ontem, em um condomínio residencial da zona baixa de Águas Claras, os moradores decidiram, em assembleia, criar o próprio esquema de abastecimento. A região administrativa foi alvo do quarto dia de interrupção do serviço da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). O condomínio fechou os registros às 20h da quarta-feira e abriu ontem, das 6h às 8h, das 11 às 13h e das 18h às 20h, para poder atender os moradores no horário das refeições. ;Foi uma escolha da maioria, pois, assim, não correríamos o risco de ficar sem água rápido. Nos horários tabelados, podemos tomar banho e preparar as refeições. E não sofremos tanto;, explica a moradora Larissa Nogueira, 22 anos, que mora no condomínio com a mãe.

Um dia antes dos registros serem fechados, a família se preparou. Elas compraram três galões de água de cinco litros e seis garrafas de 300ml. ;Nunca vivemos um racionamento, então, preferimos nos precaver, pois, além do dia do desligamento, fomos informados que a água poderia demorar dois dias para voltar definitivamente. Pensando nisso, também decidimos passar uns dias na casa de parentes em Minas Gerais para não passar sufoco;, explicou.

A cinco quilômetros dali, no Guará, cidade que terá a interrupção do abastecimento hoje, o síndico Murilo do Carvalho, 28, decidiu usar a água da chuva para auxiliar no abastecimento do prédio de 19 apartamentos. Além das duas caixas d;água com 12 mil litros, duas foram ativadas para suprir a demanda no período de racionamento, acumulando mais 20 mil litros. ;Era uma ideia antiga, que acabou ficando de lado por falta de investimento financeiro. Quando vimos que a situação hídrica no DF estava complicada, tiramos do papel;, esclarece o síndico. A água pluvial será usada para descarga de sanitários e limpeza de áreas internas e externas. Já a da Caesb é indicada para consumo, higiene pessoal e cozimento de alimentos.

Apesar de o brasiliense buscar cada vez mais alternativas para os dias de racionamento, o medo de ficar sem água em casa para as atividades básicas continua. Moradora da Candangolândia, a dona de casa Crispiniana Alves de Jesus, 47 anos, passou o dia de ontem sem água na torneira. Ela conta que separou, em baldes e panelas, o que seria usado nas 24 horas do racionamento. ;Aqui, não temos caixa-d;água e vamos ter que dar um jeito para fazer as coisas da casa. Separei água para a comida e o restante vai ser para a limpeza e o banho. Antes de a água acabar, adiantei os serviços, deixei a louça e a roupa lavadas.;

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