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Passageira de voo da Gol diz que pensou na Chapecoense; veja histórias

Aeronave precisou retornar ao Aeroporto JK após problema em aeronave. Passageiros permaneceram por duas horas e meia sobrevoando a capital para esvaziar tanque de combustível antes do pouso

Jacqueline Saraiva, Danilo Queiroz - Especial para o Correio
postado em 23/01/2017 11:33
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Passageiros que estavam no voo da Gol que precisou retornar a Brasília pouco após a decolagem por um problema no trem de pouso contaram ao Correio que sentiram medo, embora as informações dadas pela equipe da companhia tenham deixado o clima dentro da aeronave relativamente calmo.
Uma delas, a agente comunitária de saúde Raimunda Cleide, 49 anos, disse que só tinha um pensamento na hora que soube que teriam que voltar ao terminal: "Chapecó na cabeça", disse, referindo-se à tragédia com o avião da Chapecoense, que matou 71 pessoas em 29 de novembro do ano passado. Ela disse que o medo de voar de avião sempre existe, mas que a prioridade agora era voltar para casa. "Tenho medo, mas é o jeito", disse, mantendo o bom humor.
Raimunda Cleide, ao lado da filha Letícia Juliana: Tenho medo 9de avião), mas é o jeito

No total, 130 passageiros seguiam no voo de Brasília para Boa Vista (RR). Após passarem duas horas e meia sobrevoando a cidade para queimar combustível, a aeronave pousou no Aeroporto JK. Os passageiros embarcaram em um voo de reforço na manhã desta segunda, após serem acomodados em hotéis.
Camilo Souza, 28 anos, mecânico de aeronaves em Roraima, disse que ficou tranquilo durante todo o trajeto. A única preocupação dele era "pousar". "Aqui, tivemos alimentação, hospedagem. Apesar de tudo, foi tranquilo". Ele reclamou apenas de ter perdido o dia de trabalho por conta do cancelamento da viagem. "Viajava a trabalho e perdi compromissos hoje."
Camilo Souza, 28 anos, mecânico de aeronaves em Roraima, disse que ficou tranquilo durante todo o trajeto. Só reclamou de perder o dia de trabalho
A servidora pública Lucilene de Lima Gomes, 47 anos, disse que achou estranha a demora no trajeto no início da viagem, "porque Brasília não é muito grande". "Estava meio tonta, vendo que estava passando pelo mesmo lugar, pensando ;porque Brasília não é tão grande assim que não termina;", disse.
[SAIBAMAIS]A passageira de Roraima relatou que já havia inclusive passado pelo mesmo problema em outro voo, de Santarém (PA) para Manaus (AM). "O avião ficou mais de meia hora sobrevoando Manaus e teve que ir para Santarém. Apesar da volta tardia para casa, ela não perdeu compromissos. "Teria que retornar ao trabalho, mas como já havia pedido folga, não teve problema".
Entenda

Segundo a Inframerica, concessionária que administra o Aeroporto Juscelino Kubitscheck, a aeronave da companhia aérea Gol decolou às 23h05 com destino à capital de Roraima, mas pediu para retornar ao aeroporto 10 minutos após a decolagem. Segundo a Gol, o voo G3 2020 precisou retornar ao terminal por conta de um problema no trem de pouso, que não teria se recolhido após a decolagem.

Com as rodas de fora, o piloto decidiu retornar ao aeroporto. O avião chegou ao solo em segurança à 1h20, segundo nota da Gol. Após o desembarque, os passageiros foram comunicados sobre o problema técnico e, em seguida, levados para o Base Concept Hotel, que fica próximo ao aeroporto. "Toda a assistência está sendo prestada. A GOL lamenta os transtornos causados e reitera que todas as medidas são para garantir a segurança, item prioritário de sua política de gestão", diz a nota.

A companhia informou ainda que não houve nenhum tipo de emergência a bordo. O procedimento de sobrevoar o céu da capital para gastar o combustível foi tomado para reduzir o peso da aeronave na hora da descida.
*Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende.

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