Cidades

Julgamento da Mr. Hyde continua com promessa de três delações premiadas

A operação Mr. Hyde que revelou o esquema criminoso indiciou mais de 50 especialistas e médicos envolvidos em fraudes em cirurgias

Flávia Maia
postado em 08/02/2017 12:00

O segundo dia de audiência da operação Mr. Hyde continua nesta quarta-feira (8/2) com a promessa de três delações premiadas já homologadas. A investigação revelou um esquema criminoso conhecido como Máfia das próteses. Há indícios de mais de 50 especialistas, entre neurocirurgiões, ortopedistas e cirurgiões buco-maxilo-facial, estão envolvidos no esquema de fraude em cirurgias.

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A audiência começou às 12h no auditório do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). O juiz Paulo Marques da Silva vai ouvir quatro acusadas. São elas: Sammer Oliveira Santos, Danielle Beserra de Oliveira, Rosângela Silva de Sousa e Naura Regina Pinheiro da Silva.

Os advogados dos médicos Juliano Almeida e Silva e Henry Greidinger Campos, suspeitos de participar do esquema, alegam que as delações prejudicam a defesa, pois não terão tempo hábil para analisar o conteúdo.

A Operação

A Mister Hyde foi deflagrada em 1; de setembro pela Polícia Civil do DF e pelo MPDFT. Na ocasião, promotores e agentes cumpriram 21 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra a organização criminosa, que contava com o apoio de sete médicos. A suspeita é a de que os médicos envolvidos identificavam pacientes, cujos históricos viabilizavam a sugestão de cirurgias com órteses e próteses, e os direcionavam ao Hospital Home.

[SAIBAMAIS]Eles, então, alinhavam contratos com empresas que vendiam esses insumos. Durante a negociação, era estabelecida a recompensa financeira para os profissionais, devido à indicação dos materiais ; o valor do retorno financeiro era proporcional à quantidade de instrumentos solicitados. A firma até sugeria a inclusão de novos aparatos no procedimento cirúrgico. Os materiais eram encaminhados ao hospital.

Lá, criavam-se condições para facilitar a vitória da empresa envolvida em uma espécie de ;licitação; ; o plano de saúde exige a definição de três firmas no pedido de aprovação de processos cirúrgicos. Como os contratos continham superfaturamentos, elaboravam-se relatórios para justificar a escolha das órteses e próteses já alinhadas. Assim, forçava-se a aprovação.

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