Cidades

Juiz acata pedido da defesa e adia audiência da Mister Hyde

Advogados argumentaram que não tiveram acesso ao conteúdo das delações premiadas e que isso prejudicaria a defesa

Flávia Maia
postado em 08/02/2017 16:19
A Mister Hyde foi deflagrada em 1º de setembro pela Polícia Civil do DF e pelo MPDFT
O juiz Paulo Marques da Silva decidiu acatar o pedido da defesa dos acusados na Operação Mister Hyde e reagendou as oitivas que seriam feitas nesta quarta-feira (8/2) com rés que fizeram a delação premiada. As próximas audiências estão agendadas para 20 e 21 de fevereiro.

As defesas dos médicos Juliano Almeida e Silva e Henry Greidinger Campos, acusados de participar do esquema, argumentaram que não tiveram acesso ao conteúdo das delações, o que prejudicaria a ampla defesa. Uma vez que os advogados não sabiam o que foi dito pelas rés e não poderiam, dessa forma, contra-argumentar e fazer as perguntas necessárias.

"Também fui pego desprevenido nessa situação processual. Por isso, vamos dar o prazo para a defesa ter acesso às delações", explicou o magistrado durante a audiência.

A operação

A Mister Hyde foi deflagrada em 1; de setembro pela Polícia Civil do DF e pelo MPDFT. Na ocasião, promotores e agentes cumpriram 21 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão contra uma organização criminosa que contava com o apoio de sete médicos. A suspeita é a de que os médicos envolvidos identificavam pacientes, cujos históricos viabilizavam a sugestão de cirurgias com órteses e próteses, e os direcionavam a um hospital particular.
[SAIBAMAIS]Eles, então, alinhavam contratos com empresas que vendiam esses insumos. Durante a negociação, era estabelecida a recompensa financeira para os profissionais, devido à indicação dos materiais ; o valor do retorno financeiro era proporcional à quantidade de instrumentos solicitados. A firma até sugeria a inclusão de novos aparatos no procedimento cirúrgico. Os materiais eram encaminhados ao hospital.
Lá, criavam-se condições para facilitar a vitória da empresa envolvida em uma espécie de ;licitação; ; o plano de saúde exige a definição de três firmas no pedido de aprovação de processos cirúrgicos. Como os contratos continham superfaturamentos, elaboravam-se relatórios para justificar a escolha das órteses e próteses já alinhadas. Assim, forçava-se a aprovação.

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