Cidades

Em busca de direitos, mulheres marcham e fazem paralisação neste 8 de março

O ato acontecerá às 17h30, em frente ao Museu Nacional da República, na Esplanada dos Ministérios

Gabriela Vinhal
postado em 08/03/2017 06:00
O ato acontecerá às 17h30, em frente ao Museu Nacional da República, na Esplanada dos Ministérios
Movimentos feministas e unidades sindicais do Distrito Federal e Entorno se reúnem nesta quarta-feira (8/3), no Dia Internacional da Mulher, para protestar contra a desigualdade de gênero e todas as injustiças a que são submetidas diariamente, na rua, no trabalho e em todas as esferas da sociedade. Em uma manifestação, marcada para às 16h em frente ao Museu da República, o ato ganhará novas dimensões, unido-se à Parada Internacional das Mulheres, que ocorre em 30 países do mundo.
Os principais motivos para a mobilização são os números assustadores de violência contra a mulher no Brasil; a cultura do estupro (que culpa a vítima pelo ataque); a legalização do aborto; o racismo contra mulheres negras; o preconceito contra mulheres indígenas e deficientes e pela vida das mulheres dentro do sistema carcerário brasileiro. Além disso, a ;greve; no trabalho tem como objetivo valorizar a mão de obra feminina nas empresas.
;Num contexto agravado pelo atual cenário político, a união das mulheres se mostra ainda mais urgente. O governo avança nas privatizações, corta investimento nas políticas sociais e retira direitos, atingindo diretamente nossas vidas;, diz o documento assinado em assembleia pelas feministas brasilienses, representantes do ato. Segundo o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFemea), "a movimentação é para que a sociedade reconheça as mulheres como centro da resistência contra o patriarcado".

Para Keka Bagno, 28 anos, feminista, militante do movimento negro, assistente social e integrante do Fórum de Mulheres do Distrito Federal e Entorno, a luta das mulheres é por uma sociedade mais justa e solidária, que saiba valorizar as diferenças e não as transforme em desigualdades e padrões. Feminista e militante há sete anos, Keka marchará nesta quarta pelas mulheres negras da periferia, que "precisam ser tratadas com mais cuidado".
"É por uma sociedade em que todos os corpos, etnias, religiões e crenças, todas as sexualidades e gêneros, no campo e na cidade, tenham as mesmas oportunidades;

Violência

Na quinta-feira (9/3), a lei do feminicídio completa dois anos desde que foi tipificada como crime hediondo pela ex-presidente Dilma Rousseff. No Distrito Federal, em 2016, foram registrados 19 casos de mortes de mulheres ; um aumento de 280% em relação aos dados de 2015, com 5. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social do DF.
Segundo o Mapa da Violência 2015, o Brasil está entre os cinco países com maior índice de homicídios de mulheres. Seis cidades do Entorno do DF estão entre as cem onde mais se matam pessoas do sexo feminino no país. As maiores vítimas são as negras, jovens e com baixa escolaridade.

Programação

Museu da República

Das 14h às 16h: show com mulheres artistas da cidade (Nanan Matos, Nadja Dulci, Marina Mara, Marina Menezes, Batuqueiras, Grupo Oiá e Dj Jul Pagul)
Às 16h: aula pública sobre:
- Racismo;
- Legalização do aborto e impacto da criminalização da prática sobre a vida das mulheres;
- Violência contra as mulheres;
- Os direitos sociais das mulheres e as reformas.
Às 17h30: descida em marcha até a Praça dos Três Poderes.

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