Paula Pires - Especial para o Correio
postado em 08/03/2017 06:00
Poucas foram as contribuições da sociedade civil na audiência pública realizada, ontem, pela Agência Reguladora de Águas do Distrito Federal (Adasa) para reunir propostas a fim de decidir como serão gastos os recursos arrecadados com a taxa de contingência. A tarifa extra vem sendo cobrada pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), desde novembro do ano passado, dos consumidores que gastam mais de 10 mil litros de água. O valor arrecadado soma mais de R$ 9,3 milhões. A agência só recebeu 10 sugestões presenciais e uma por e-mail até o fim do dia de ontem e deverá anunciar o direcionamento do recurso até 25 de março.
Segundo o superintendente de Estudos Econômicos e Fiscalização Financeira da Adasa, Cássio Cossenzo, todas as propostas serão levadas em consideração. ;Uma equipe técnica e a direção do colegiado se reunirão para bater o martelo. Entre as propostas já analisadas, estão: campanha de conscientização para o uso da água, investimentos em novos projetos e na redução de perdas. Entretanto, ele também considerou que a própria concessionária tem o melhor conhecimento técnico para saber no que deve ser aplicado. Os cidadãos ainda podem enviar contribuições até a próxima segunda-feira pelo site da Adasa.
Na audiência pública de ontem, houve muitas críticas em meio a poucas propostas. Mais de 80 pessoas estiveram presentes, entre estudantes e professores do ensino médio da rede pública do DF, representantes da sociedade civil, assessores parlamentares e o corpo de técnicos e diretores da agência. Uma das propostas lançadas por Diogo da Matta Garcia, assessor parlamentar do distrital Joe Valle (PDT), é a destinação de 10% do total de recursos à educação ambiental. ;Também consideramos primordial a implantação de estruturas de sinalização e interpretação ambiental em áreas protegidas, unidades de conservação, nascentes, matas ciliares e demais áreas necessárias à preservação de recursos hídricos;, acrescentou.
A professora de língua portuguesa Mayssara Reany de Jesus propôs que parte da verba da tarifa de contingência seja destinada ao consumo consciente da água no setor de agronegócio, assim como a investimentos para a preservação de nascentes. ;Há mais de 15 anos, brota água de uma nascente em frente ao CEF 1, em Brazlândia. A Adasa, o Ibram e a Caesb nunca tomaram providência, e a população faz uso dela para a lavagem de carros;, advertiu.
A vice-presidente da Associação de Profissionais de Engenharia Ambiental do DF, Bruna Sousa, interrompeu a reunião e bradou: ;É a terceira vez que a Adasa faz uma audiência pública e não temos o retorno imediato;.