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O descanso de um guerreiro: Michel Maruyama morre, aos 33 anos, em Curitiba

Michel Maruyama lutou por três anos contra uma leucemia mieloide. Liderou uma campanha e conseguiu fazer o número de doações de medula óssea subir consideravelmente no Brasil

Anderson Costolli, Gabriela Vinhal
postado em 19/03/2017 19:07
Ao lado da irmã, Cristiane, Michel lutou por ele e pelos outros durante toda a vida
Foram três anos de luta, em uma batalha diariamente árdua. O militar Michel Maruyama, de 33 anos, foi um bravo soldado, combatendo, de cabeça erguida (e sorriso no rosto), o diagnósitico recebido em 2014: leucemia mieloide. Neste domingo (19/3), o guerreiro descansou. Michel fechou os olhos às 14h30 no Hospital Geral de Curitiba (PR), onde tratava a doença, com apoio de amigos, familiares e uma equipe médica que, sem sombra de dúvida, o levarão na memória, com respeito e admiração.
Após uma grande campanha, inclusive com a participação de celebridades nacionais, o militar conseguiu o transplante de medula óssea em 2015. O câncer, porém, voltou outras vezes, ainda mais forte. Há duas semanas, Michel e a família souberam do retorno da doença, que, desta vez, havia atingido o sistema nervoso central. "Era sempre muito difícil quando voltava, porque sempre vinha mais forte", disse Raphael Sampaio, cunhado do rapaz.

Michel foi diagnosticado em março de 2014, após sofrer de fadiga e anemia grave. A doença havia regredido após o quarto ciclo de quimioterapia. Contudo, seis meses depois, o militar recebeu a notícia de que o câncer havia voltado pela primeira vez. A indicação do médico para fazer o transplante virou uma urgência: nenhum dos parentes próximos a ele era geneticamente compatível, o que diminuía a possibilidade de encontrar alguém com um tecido que fosse aceito por seu organismo.
Na busca por um doador, Michel, a família e os amigos lançaram juntos a campanha #TamojuntoMichel. Nas redes sociais, a adesão foi emocionante. O jogador de futebol David Luiz, o cantor Luan Santana, a dupla sertaneja Munhoz e Mariano e o ator Fábio Assunção participaram da ação, gravando vídeos de apoio ao jovem. Um ano depois, mais de 11 mil cadastros no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) haviam sido registrados. Apesar da mobilização nacional, o doador compatível veio dos Estados Unidos.
Mesmo depois do transplante, o coração grande de Michel não se aquietou. Continuou engajado na campanha pela doação de medula óssea. Ele sabia o quão dura é a luta. Em seu perfil do Facebook, o militar tentava conscientizar os amigos de que o procedimento não era dolorido e que com uma simples atitude uma vida poderia ser salva. E pode mesmo.
Em uma de suas últimas postagens no Facebook, Michel compartilhou uma frase que dizia muito sobre seu jeito de ver a vida: "Nenhum problema é grande demais quando confiamos em Deus". Que descanse em paz. O corpo de Michel será cremado ainda neste domingo, em uma cerimônia íntima, apenas para amigos e familiares, em Curitiba. "A família está aqui reunida para se despedir do nosso Michel", finalizou o cunhado.
Nas redes sociais, amigos e familiares homenageiam o guerreiro:
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