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A arte da Ásia nos traços brasileiros de Yasmin Hassegawa

Nascida no interior de São Paulo, ela sempre gostou da desenhar. Seus pais foram transferidos para o Japão e, aos 3 anos, Yasmin mal sabia que ali conheceria o grande amor de sua vida: o mangá

postado em 24/03/2017 10:00
Nascida no interior de São Paulo, na cidade de Presidente Prudente, ela sempre gostou da desenhar. Seus pais foram transferidos para o Japão e, aos 3 anos, Yasmin mal sabia que ali conheceria o grande amor de sua vida: o mangá Cores, traços, formas e focos. É pensando nesses detalhes que a artista plástica Yasmin Hassegawa, 27 anos, acorda todos os dias. Nascida no interior de São Paulo, na cidade de Presidente Prudente, ela sempre gostou da desenhar. Seus pais foram transferidos para o Japão e, aos 3 anos, Yasmin mal sabia que ali ganharia o maior presente de sua vida. Conheceu o mangá, a arte de desenhos orientais, e foi amor à primeira vista. "Eu amava Sailor Moon e queria desenhar as meninas. Nessa mesma época, foi quando comecei a assistir os primeiros filmes da Disney, de onde eu também passei a tirar inspiração", conta a ilustradora. Esse foi o começo de uma história cheia de cores.
Apesar de já ter se apaixonado pelos mangás e animes, Yasmin não tinha a pretensão de trabalhar com isso. Era apenas um hobby. Porém, por ter afinidade com a área, começou a cursar arquitetura, já no Brasil. Apesar das referências, não demorou muito para se sentir frustrada. Definitivamente não era aquilo o que ela queria. ;Depois de um ano tranquei a faculdade e fui fazer faculdade de moda, na Universidade de Tuituti, no Paraná;, detalha ela. A jovem artista chegou a se formar na área, mas nunca atuou diretamente no meio fashionista.
Em Curitiba conheceu seu maior fã: Ricardo Marinho. Jovens, começaram a namorar e o rapaz foi transferido para Brasília. Pouco tempo depois, após a formatura, Yasmin também desembarcou em terras candangas. Aqui, como grande partes dos brasilienses, começou a estudar para concurso e só em 2015, passou a fazer o que realmente gostava. ;Minha mãe me deu a ideia de fazer um cartão de Natal e eu gostei. Deu certo;, relembra a jovem. "Ela tem um traço delicado e acabou desenvolvendo esse lirismo, que as pessoas acabam se identificando", detalha o marido, Ricardo.
Ainda hoje, não se considera expert. Pratica aquarela e outras formas de pinturas, mas segue em busca de aprender mais. "Ano passado fiz um curso on-line e continuo fazendo outros. Me aprimorando". Atualmente, cria personagens com presença marcante. Com identidade mesmo. Mas evita batizá-los. "Têm uma arte minha que é uma moça com cabelo vermelhão. As pessoas gostam muito dela. Criei sem pretensão e, hoje em dia, é uma das minhas prediletas", diz.
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Yasmin assume ser apaixonada por pincéis e lápis de desenhar, mas, diante da revolução digital, assume ter interesse em buscar conhecimento na área de arte digital. ;Pegar no papel, no lápis e pincel, só quem faz entende. São detalhes únicos;, derrete-se.

Loja Virtual

Hoje, Yasmin tem uma loja digital, para onde produz artes personalizadas de clientes. Retratos de família, casais, animais de estimação. Tem de tudo. E as vendas, segundo, ela, vão muito bem, obrigada. Para 2017, tem um projeto de vender as obras de arte internacionalmente. ;Uma coisa que eu quero muito é fazer uma publicação independente. Meu marido está com a ideia de escrever e eu ilustrar. Também tenho interesse de participar da Comic Con Experience, em São Paulo. Quero levar arte pro mundo inteiro;, conta Yasmin.

Que nem só de glamour vive o artista brasileiro, isso não é novidade. Ser freelancer tem seu lado positivo. Trabalhar de casa, montar suas próprias rotinas, não ter chefe. Até aí tudo bem. Mas quando a questão é não ter um salário fixo no final do mês, o sapato aperta. Por isso mesmo, é preciso manter-se antenado, nas inovações do mercado, apesar de Brasília não ser um polo muito rico no setor. ;Não há muito locais por aqui que oferecem cursos. São poucos. Mas os que fiz gostei bastante;, conta.

Apesar das dificuldades, a vida de Yasmin se dividiu em antes e depois da ilustração. ;Eu me desenvolvi em várias áreas, fiz muitos amigos, melhorei muito minha timidez, tenho um canal no YouTube e às vezes posto vídeos. Estou até fazendo uma entrevista (risos). São coisas que, antes, não imaginava fazer. Me tornei mais feliz quando descobri que eu poderia trabalhar e viver disso;, finaliza Yasmin, com os olhos cheios de orgulho. E a alma cheia de cor.

SERVIÇO

Instagram: @yashassegawa








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