Cidades

Vigilantes encerram greve e voltam ao trabalho nesta quinta-feira

A paralisação prejudicou serviços básicos, como atendimento em hospitais, unidades de saúde e bancos. Além disso, o Zoológico de Brasília anunciou que ficaria fechado enquanto permanecesse a greve

Isa Stacciarini
postado em 20/04/2017 20:01
Agências bancárias amanheceram fechadas por causa da greve
A greve dos vigilantes durou menos de 48 horas. Em assembleia às 18h desta quinta-feira (20/4) a categoria decidiu retornar ao trabalho depois da decisão judicial que determinou a volta imediata dos trabalhadores que atuam em hospitais, bancos e transporte de valores. Na decisão do presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT 10), desembargador Pedro Luís Vicentin Foltran, os empregados que trabalham em outros lugares precisariam manter o contingente mínimo de 30% dos profissionais em atividade. Caso a medida fosse descumprida, a categoria poderia ser penalizada com multa diária de R$ 100 mil.
Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança e Vigilância do Distrito Federal (Sindevs), o deputado distrital Chico Vigilante (PT), os vigilantes que atuam no serviço noturno já retornariam ao trabalho na noite desta quinta-feira. Ele negou, no entanto, que o fim da greve tenha sido em razão da multa estipulada pela Justiça. ;Isso não nos intimida, porque recorreríamos. Nós encerramos a greve porque não queríamos trazer mais transtornos para a população de Brasília, principalmente no aniversário da cidade, com parques sendo fechados por causa do movimento;, alegou.

A paralisação prejudicou serviços básicos, como atendimento em hospitais, unidades de saúde e bancos. Além disso, o Zoológico de Brasília chegou a anunciar que ficaria fechado no fim de semana e enquanto permanecesse a greve. Dentro do lugar há 27 postos onde os vigilantes atuam. Já a visitação ao mirante e ao mezanino da Torre de TV teria o horário reduzido para das 9h às 16h e o serviço de vigilância seria realizado por servidores da pasta.

[SAIBAMAIS]Os trabalhadores entraram em greve na noite de terça-feira, contra a contratação de vigilantes horistas. A categoria possui cerca de 20 mil trabalhadores. Do total, aproximadamente 90% aderiram ao movimento. ;É uma greve que não é econômica, mas, sim, uma luta por direitos. Por ganância os empresários querem implantar vigilantes chamados horistas que, em vez de receberem por mês, ganharão por hora;, chegou a explicar o presidente do (Sindevs), Chico Vigilante (PT).

Na avaliação dos empregados, a criação do trabalhador horista vai impactar no salário. Hoje, um vigilante que atua em horário comercial ganha, por mês, R$ 2.450 mil. Já os que trabalham à noite recebem R$ 2.680. A carga de trabalho é de 12 horas por 36 ou cinco dias da semana (de segunda a sexta-feira) por dois de descanso (sábado e domingo). Eles ainda recebem R$ 32 de tíquete-alimentação e mais o valor do vale-transporte. Segundo presidente do Sindevs, com a implantação do novo regime de trabalho o salário pode passar para R$ 1,2 mil.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transportes de Valores no Distrito Federal (Sindesp-DF), Irenaldo Lima, a greve tem cunho político. Ele garantiu que a contratação de horistas seria para cobrir a uma hora de folga do funcionário que tem direito ao repouso a cada jornada de 12 horas de trabalho.
;Não vamos mexer no salário de quem está trabalhando. Em salário não se mexe. Ou mantém ou aumenta. Os horistas seriam chamados para trabalharem 25 horas semanais. A função dele é só para cobrir o horário de folga dos já contratados. Eles não podem cobrir atestados, faltas nem férias, porque, para isso, já temos os reservas. Criaríamos mais de 2 mil vagas de emprego aumentando a classe trabalhadora o sindicato dos trabalhadores não autoriza;, alegou. ;Estão usando a classe trabalhadora com cunho político;, acrescentou.

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