Cidades

Suspeita de assassinato em posto permanecerá presa até julgamento

A estudante de gastronomia Rafaela Teixeira de Souza, 28 anos, responde por homicídio qualificado por motivo torpe

Isa Stacciarini
postado em 26/04/2017 06:00
Luis Eduardo Lobo morreu em troca de tiros em posto de gasolina
Uma das suspeitas de ter participado do assassinato de Luis Eduardo dos Santos Lobo, 34 anos, na semana passada, na 309 Norte, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. Um dia depois do crime que assustou moradores e comerciantes por causa da cena de faroeste na região, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou que a estudante de gastronomia Rafaela Teixeira de Souza, 28 anos, ficará presa até o fim do julgamento. Rafaela responde por homicídio qualificado por motivo torpe.
O advogado de Rafaela, Mauro Pires, chegou a pedir a liberdade provisória dela na audiência de custódia, mas a juíza substituta do Núcleo de Audiências de Custódia (NAC), Indiara Arruda de Almeida Serra, negou. Para ela, ;o fato imputado à autuada é grave, pois esta participou de verdadeiro tiroteio em via pública, especificamente, posto de combustível, em plena luz do dia, o que mostra a sua audácia e destemor;. A magistrada destaca, ainda, que ela segurava um copo de bebida alcoólica durante o tiroteio no local, ;mostrando sua indiferença e frieza diante do acontecimento.;

[SAIBAMAIS]Os outros dois suspeitos ; Rafael Arcanjo Gomes de Abreu, 22, e Eduardo Adrien Cunha Neto, 26 ; seguem foragidos. Investigadores da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte) estão à procura da dupla e não descartam que eles podem ter deixado o Distrito Federal. Para tentar evitar qualquer rastro, Eduardo apagou o perfil dele no Facebook. A polícia ainda não sabe quem é a quarta pessoa envolvida no assassinato.

A defesa de Rafaela entrará com pedido de habeas corpus. Segundo o advogado Mauro, a suspeita se apresentou de forma espontânea na delegacia e buscou se retratar da participação. ;A atitude dela foi de menor importância. Inclusive, ela não fugiu, o que demonstra não ter tido intenção de causar prejuízo ou retardar a investigação. Por ser réu primária, ela não incorre em perigo de ordem pública e demonstrou que quer colaborar com a Justiça. Nenhum criminoso de alta periculosidade se apresentaria à polícia;, alega.

A acusada compareceu à 5; DP (Área Central) como testemunha, mas acabou presa depois que os agentes ligaram para a 2; DP e souberam que ela era procurada. ;Na verdade, ela não conseguiu conceituar o que (ela) era. Achou que tivesse até tomado um tiro na cabeça;, defendeu Mauro.

Mapeamento

O caso na 309 Norte mobilizou as forças de segurança da capital, que mapeiam as áreas críticas da Asa Norte. Do início do ano até ontem, houve 27 ocorrências de tráfico de droga na região e 122 de uso e porte de entorpecentes. De janeiro a março de 2016, foram 23 registros de tráfico e 92 de uso e porte.

Segundo o subsecretário de Integração de Operações de Segurança da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social, coronel Leonardo Sant;Anna, a pasta monitora a região. ;A partir do que aconteceu na semana passada, a nossa equipe tem buscado todos os dados. Não temos histórico significativo do que ocorreu naquela região. Não faz parte dos números aquele nível de violência que caracterizou muito mais uma ação pontual de quem a praticou do que algo que tenha acontecido nos últimos anos na Asa Norte;, explicou.

Premeditação

Mensagens no aplicativo do Facebook coletados no celular de Rafaela revelam a intenção dela de matar alguém. Na conversa com um rapaz não identificado, não fica claro se o alvo do grupo era Luís Eduardo, mas dá indícios de que o crime foi premeditado: ;Amigo, tem arma aí?;, pergunta Rafaela. O homem questiona se é mesmo ela quem escreve a mensagem. A jovem responde: ;Sou eu. Mas é que deu merda. Vou matá (sic). Me ajuda;, pede. E, quase no fim da conversa, a mulher explica: ;Me ameaçaram, ameaçaram meu namorado (Eduardo) com uma arma. Eu consegui uma aqui e duas facas. Cês tão de mimimi (sic). Eu sei que você não quer que eu faça isso. Mas agora, véi, vai rolar.;

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