Cidades

Trânsito é liberado na Esplanada dos Ministérios

Dia de greve geral reuniu 3 mil pessoas na região do Congresso Nacional em protesto contra as reformas trabalhista e da previdência

Fernando Jordão - Especial para o Correio
postado em 28/04/2017 19:17
Após greve geral, trânsito é liberado na Esplanada dos Ministérios
O trânsito na Esplanada dos Ministérios foi liberado por volta das 19h desta sexta-feira (28/4), após um dia de greve geral em todo o país e cerca de 3 mil pessoas em protestos na Esplanada. No momento da liberação, não havia mais manifestantes ocupando a via na altura do Museu Nacional. Os cerca de 20 remanescentes estão concentrados em frente ao Congresso Nacional.

Ao longo de todo o dia 28, data em que foi convocada uma Greve Geral no país contra as reformas propostas pelo presidente Michel Temer, o Eixo Monumental permaneceu fechado. No entanto, as manifestações programadas não tiveram grande adesão. De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, cerca de 3 mil pessoas participaram do ato na Esplanada dos Ministérios.

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A Polícia Civil registrou quatro ocorrências policiais, sendo uma delas por lesão corporal. A vítima relatou que foi impedida de entrar ao Ministério da Saúde por manifestantes que bloqueavam a entrada. O autor assinou um Termo Circunstanciado e foi liberado. Outras duas ocorrências foram registradas por desacato e uma por furto de celular.
Manifestantes começaram a se organizar no início da manhã, na Esplanada do Ministérios. Desde 0h, o Eixo teve o acesso bloqueado pelas forças de segurança nos dois sentidos, na altura do Complexo Cultural da República até o Congresso Nacional.
Por volta de 13h, houve um início de tensão entre manifestante mascarados e a polícia, mas logo o grupo foi disspado. Os mascarados carregavam bandeira vermelha e preta. A manifestação começou oficialmente às 13h36 com a execução do Hino Nacional em um carro de som postado nas imediações da Catedral.

Para evitar invasões no Congresso, um cordão de policiais militares foi organizado na entrada da Esplanada. Os PMs revistaram bolsas e sacolas dos manifestantes que seguiam rumo ao Congresso. A SSP informou que a medida teve a intenção de evitar a presença de objetos cortantes/perfurantes.

O Executivo tentou ontem barrar a adesão de metroviários e rodoviários à greve geral com a justificativa de que a suspensão dos serviços prejudicaria a mobilidade urbana. O presidente do TRT-10, Pedro Luís Vicentin Foltran, que negou o pedido do GDF, entendeu que a paralisação faz parte de um movimento peculiar, sem foco exclusivo nas demandas de só uma categoria profissional. Trens do Metrô e ôninbus não circularam durante todo o dia.
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Uma força-tarefa foi planejada para reforçar a segurança durante as manifestações. Ainda na noite de quinta-feira, as forças de segurança do governo federal cercaram com alambrados o Congresso Nacional e o Palácio Itamaraty. Fuzileiros da Marinha e funcionários de uma empresa terceirizada instalaram mais de 750 grades nos gramados. No Ministério da Justiça, cerca de 200 policiais da Força Nacional se posicionaram em frente aos principais acessos. Além disso, o efetivo da Polícia Militar foi reforçado com unidades do Batalhão de Choque, da Cavalaria e da Rotam.

Com relação ao trânsito, os dois sentidos do Eixo Monumentala ainda estão fechado para a circulação de veículos. A interdição começa na Rodoviária do Plano Piloto e vai até o Balão do Presidente, na Avenida L4 Sul. A alternativa dos motoristas é o acesso pelas avenidas L4 Sul e Norte, além das vias S2 e N2, que passam por trás dos ministérios. Os estacionamentos dos prédios dos ministérios e das vias de ligação da N1 e da S1 também foram fechados.

No Aeroporto Internacional de Brasília, cerca de 300 integrantes de movimentos sindicais também protestaram contra as reformas trabalhista e previdenciária. Pneus foram queimados no balão que dá acesso ao terminal e o Batalhão de Choque da PM foi acionado. Há relatos de que PMs e bombeiros enfrentaram resistência dos manifestantes para encerrar o bloqueio nas vias. A greve geral não interrompeu o funcionamento do aeroporto, mas alguns voos atrasaram ou foram cancelados, além de o saguão ter sido ocupado, durante a manhã, por um protesto. Companhias aéreas recomendam que passageiros consultem a situação de seus voos antes de saírem de casa, inclusive os de conexões em aeroportos de outras cidades.

No início da manhã, ao menos cinco rodovias de acesso a Brasília foram bloqueadas por manifestantes. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a BR-070, 040, 020 e 060 tiveram tempo de barreira mais curto. Enquanto a BR-020, km 21 GO, já no município de Formosa, no trevo de acesso à Cabeceiras, só ao ao meio-dia teve acesso liberado. Não há mais nenhuma rodovia interditada no Distrito Federal.

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