Gabriella Bertoni - Especial para o Correio
postado em 30/04/2017 15:35
Dando a volta por toda a piscina velha da Água Mineral, cerca de 80 pessoas fizeram um abraço simbólico para chamar atenção sobre os pontos negativos da concessão da área de uso público. Divulgado recentemente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o edital prevê serviços de cobrança de ingressos, estacionamento de veículos, alimentação, loja de conveniência, aluguel de bicicletas e exploração dos espaços do Centro de Visitantes (exposições, mostras, eventos).
O ato foi promovido pela Associação dos Amigos do Parque Nacional de Brasília (Afam), que levou faixas com os dizeres: A Água Mineral é nossa. ;Nós acreditamos que esse ato mostra para o poder público a nossa preocupação. O parque é um patrimônio importante para a população;, comentou Junia Lara, presidente da associação.
A concessionária que ganhar o pregão poderá administrar a área comercial do parque e terá que investir R$ 4,5 milhões em melhorias. Porém, como ressaltou Flávia Cantal, assessora jurídica da associação, as determinações do edital são amplas e ;omissas;. ;O edital não traz muitas regras. Eles poderão cobrar estacionamento rotativo, entrada separada nas trilhas e ainda tem a possibilidade de usarem o espaço para festas. Tudo isso encarece e muito o acesso e pode prejudicar a fauna.;
Representantes da associação, que alegam que não houve audiência pública para apresentarem as propostas aos frequentadores, já estão em contato com o instituto para debaterem melhorias no certame.
Privatização
O aviso de licitação para concessão de serviços de apoio do Parque Nacional de Brasília foi divulgado em 3 de abril pelo ICMBio. As propostas dos interessados podem ser enviadas até 15 de maio. A vencedora da licitação, na modalidade pregão, deverá fazer um investimento inicial de R$ 4,5 milhões, com a garantia de exploração dos serviços por um prazo de 10 anos, podendo ser estendido por mais cinco.
[SAIBAMAIS]Atualmente, o parque, um dos mais movimentados do Brasil, com uma média de 300 mil visitantes por ano, adota o sistema de terceirização de seis empresas. Com a licitação, ficará ainda a cargo de uma única empresa melhorar e implementar serviços, como alteração no cardápio das lanchonetes, abertura de loja de conveniência, aluguel de bicicletas, exploração dos espaços do centro de visitantes, a exemplo de exposições, mostras, eventos.