Cidades

Construção de prédio comercial na Asa Sul continua causando polêmica

O proprietário do terreno já informou que possui autorização necessária para dar inicio às obras

Marina Adorno - Especial para o Correio
postado em 30/04/2017 20:31
O proprietário do terreno já informou que possui autorização necessária para dar inicio às obras

Aproximadamente 30 pessoas se reuniram na tarde deste domingo (30/4) na área verde da quadra 207 sul, e não era para um churrasco entre amigos. A ideia era demonstrar, mais uma vez, a insatisfação com a construção de mais um prédio comercial no espaço que sempre foi uma passagem e extensão do arborizado jardim da quadra. Os tapumes que marcam o início da obra foram colocados há duas semanas e os moradores foram pegos de surpresa pela notícia. Desde então, eles se organizaram para protestar e tentar impedir que comecem a construir o prédio.

Entretanto, o terreno não é público e o proprietário informou ao Correio que possui a autorização necessária para dar início às obras. Os manifestantes afirmam que têm consciência a respeito da legalidade da construção do edifício comercial. O objetivos deles é sensibilizar o governo do Distrito Federal para que a área seja desocupada e devolvida à população. Um dos organizadores, Ismar Lobo, acredita na possibilidade de negociação. ;Essa obra está em cima da calçada que passa por todas as quadras da Asa Sul. A mobilidade, tão defendida pelo governo, se perde;, afirma Ismar.

As amigas Arilda Silva e Pompeia Cascão, 68 anos, são exemplos de moradoras da Asa Sul que se mobilizaram diante da polêmica. Arilda mora há 20 anos na quadra 208 e conta que fazer caminhadas pelo bairro faz parte da sua rotina. ;Vamos perder essa paisagem e por um motivo desnecessário. Nosso comércio é super bem atendido, não precisamos de mais lojas;, explica a aposentada. A artista plástica Pompéia, se preocupa com a paisagem e principalmente com as árvores que serão afetadas pela alteração. Atualmente, ela mora na 215 sul, porém residia na 213 sul na época que a mesma construção foi realizada lá. ;Muda muita coisa na nossa vida. Primeiro que a gente perde essa vista maravilhosa da alameda e para fazer atravessar a rua ou caminhar fica mais perigoso, fica um espaço estreito de calçada;, ressalta.

[SAIBAMAIS]O personal trainer Walter Canto também é um organizador da manifestação e esclarece que apesar do direito que o proprietário têm de construir no terreno, uma situação idêntica foi resolvida de maneira amistosa na 208 sul há alguns anos e foi oferecido um novo espaço para o dono do espaço. ;Nossa expectativa é conseguir a mesma solução aqui na nossa quadra;, afirma. Segundo ele, o edifício interrompe o fluxo e a interligação das quadras e a comunidade não tem interesse na construção da nova comercial. ;Não foi feita uma audiência pública para saber a nossa opinião, não fomos ouvidos em momento nenhum;, reclama.

A previsão é de que nessa semana os manifestantes consigam uma aproximação com o governo para tentar resolver a discussão. Na terça-feira, alguns representantes irão à Câmara Legislativa apresentar o problema com a expectativa de conseguir apoio e talvez um encontro com o governador Rodrigo Rollemberg. A página criada no Facebook, chamada ;o verde é nosso;, tem quase 300 curtidas e mobiliza a comunidade a participar das ações contra a construção.

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