Cidades

MP denuncia mãe que jogou bebê no Lago por homicídio qualificado

Elisângela teria jogado o filho caçula no Lago Paranoá no dia 5 de abril. Familiares relataram que ela anda triste com o fim do casamento. Defesa defende tese de infanticídio

Gabriella Bertoni - Especial para o Correio, Adriana Bernardes
postado em 03/05/2017 09:08

A 4ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Brasília entendeu que Elisângela cometeu um homicídio qualificado pelo emprego de asfixia por afogamento
O Ministério Público do Distrito Federal denunciou, nesta terça-feira (2/5), a dona de casa Elisângela dos Santos Carvalho, 36 anos, por homicídio qualificado. Ela é acusada de ter jogado o filho, de 5 meses, no Lago Paranoá em 7 de abril passado. A 4; Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Brasília entendeu que Elisângela cometeu um homicídio qualificado pelo emprego de asfixia por afogamento.

De acordo com o Ministério Público, para o crime cometido pela dona de casa há aumento de pena por ter sido praticado contra menor de 14 anos. Outro agravante seria o fato de Elizângela "ter se beneficiado da prevalência das relações domésticas de coabitação". Se condenada, a dona de casa pode pegar entre 12 e 30 anos de prisão.

Ao Correio, o advogado de Elisângela, Onildo Gomes, informou que ainda não teve acesso à denúncia do MP, mas que tentará mudar a denúncia de homicídio qualificado para infanticídio, que tem uma pena mais branda. "A Justiça entende que a pessoa que mata um filho, já vai conviver com isso e sofrerá com a situação. Independentemente de qual dos dois crimes forem aceitos, ela irá para o Tribunal do Juri", disse o advogado.

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No dia em que foi presa, Elisângela conversou com o Correio durante 13 minutos. Na ocasião, ela contou que, nos cinco dias após o crime, período entre ela ter jogado o filho o espelho d;água e ter sido localizada, não pensou em nada. ;Eu não pensei em nada, a minha cabeça estava ;vazinhiinha;. É como se eu olhasse para essa parede, visse esse tijolo e ele parasse dentro da minha cabeça. Eu não pensava em nada nem em ninguém. Eu só acordava e dormia;, relatou.

Perguntada sobre o futuro, ela resumiu com a palavra solidão. ;Não quero ver ninguém, não quero falar com ninguém. Não tenho coragem de ver a minha família. Só queria conversar com a minha filha (a mais velha);, diz. Nesse momento, a mulher de cabelos e olhos negros e pele morena se emociona: ;Na hora, eu ia dizer (para a menina)... Não quero falar agora;, disse, praticamente sussurrando, com os olhos fixos no chão e esfregando uma mão na outra.


Entenda o caso

[SAIBAMAIS]Em 7 de abril, Elisângela saiu de casa com o filho de 4 anos e o bebê de cinco meses. A família registrou boletim de ocorrência por desaparecimento. A dona de casa ainda voltou ao local, e mandou que o menino de 4 anos fosse para a casa da avó. Depois teria cometido o crime.

O corpo do bebê foi encontrado dois dias depois na QL 12, às margens do Lago Paranoá. E, cinco dias depois de ter cometido o crime, a mãe foi localizada em cima de uma árvore, também no Lago. Os homens do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar que a resgataram, disseram que ela estava desorientada. Não se lembrava do nome completo, onde morava e nem que tinha filhos.

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