Cidades

Com chegada da seca, governo cogita anunciar segundo dia de racionamento

A expectativa é de que os índices do reservatório do Descoberto atinjam, já em agosto, níveis desesperadores para o abastecimento de água por conta da estiagem projetada para 2017

Ana Maria Campos
postado em 07/05/2017 08:50
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A expectativa do governo é de que, neste ano, a seca seja ainda mais crítica. Nem vai adiantar reza brava da Fundação Cobra Coral, o instituto místico que tem se dedicado ao caso do DF. A expectativa é de que os índices do reservatório do Descoberto atinjam, já em agosto, níveis desesperadores para o abastecimento de água por conta da estiagem projetada para 2017 ; 30% mais severa do que no ano passado.

[SAIBAMAIS]Com esse cenário, o governo Rollemberg já estuda anunciar um segundo dia de racionamento, mesmo consciente de que a medida é dura e pode significar enorme desgaste político. Até este sábado, os níveis dos reservatórios responsáveis pelo abastecimento de água registravam pouco mais da metade de suas capacidades. O reservatório do Rio Descoberto registrava, até às 8h30 de ontem, 56,14%. O de Santa Maria, 53,71%.

Guerra instalada entre Adasa e Caesb

Na crise da falta de água, Caesb e a Adasa, o órgão de fiscalização, têm trombado bastante. No governo, há uma avaliação de que alguns diretores adotam medidas para desgastar o governo Rollemberg. Um dos que causam desconfiança no Palácio do Buriti é o ex-secretário de Transportes José Walter Vazquez. Leal ao ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), ele tem mandato de diretor da Adasa. Aliados de Rollemberg apostam que ele adotou a filosofia do ;quanto pior, melhor;.

Captação emergencial

A empresa que ganhou o pregão para a construção do sistema de captação e tratamento emergencial de águas do Paranoá iniciou no mês passado a obra que pretende retirar 700 litros por segundo do lago para reforçar o abastecimento no Distrito Federal. Pelo valor de R$ 42 milhões ; 14% a menos que a previsão inicial ;, a Enfil S/A Controle Ambiental terá até setembro para construir, entregar e instalar a estrutura do empreendimento, sob risco de multa.

Parte do faturamento da Enfil, que participou das obras da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, operação citada no âmbito das investigações da Lava-Jato, é oriundo da Petrobras. Um relatório de uma comissão interna instalada pela estatal para investigar irregularidades identificou que o consórcio que a empresa participava foi contratado sem emissão de parecer jurídico.

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