Cidades

Ex-presidente da Terracap é presa suspeita de superfaturar obras do Mané

O Ministério Público apurou que a obra do estádio gerou um rombo de R$ 1,3 bi nas contas da Terracap

postado em 23/05/2017 09:09
O Ministério Público apurou que a obra do estádio gerou um rombo de R$ 1,3 bi nas contas da Terracap

A ex-presidente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Maruska Lima de Souza Holanda, também é alvo da operação da Polícia Federal que prendeu os ex-governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, e o ex-vice governador Tadeu Filipelli, na manhã desta terça-feira (23/5). Eles são investigados no âmbito da Operação Panatenaico, suspeitos de desviar recursos das obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha para Copa do Mundo de 2014.

Em abril deste ano, o Ministério Público apurou que a obra do estádio gerou um rombo de R$ 1,3 bi nas contas da Terracap. ;Orçada em cerca de R$ 600 milhões, a construção do estádio com capacidade para 70 mil pessoas custou, em 2014, R$ 1,575 bilhão, colocando a arena como a mais cara entre as 12 cidades-sede da Copa. O superfaturamento, portanto, pode ter chegado a quase R$ 900 milhões;, diz a nota da PF.

As obras do Estádio Nacional Mané Garrincha começaram em 2010 e terminaram em 18 de maio de 2013

[SAIBAMAIS]Ao contrário de outras obras da Copa do Mundo, o Mané não recebeu recursos federais e, por isso, a empreitada não ficou sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União. Mas a Terracap tem participação acionária de 49% da União, o que preocupa o governo federal e a PF.

Além dos políticos do DF, a operação também tem como alvos construtoras e operadores de propina que teriam atuado nas gestões de Agnelo e de Arruda. Segundo a PF, a suspeita é de que eles ;tenham realizado conluios e assim simulado procedimentos previstos em edital de licitação;.

Histórico conturbado

Maruska também responde uma ação movida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por supostas irregularidades na reforma do Autódromo Internacional Nelson Piquet. a ex-gestora foi indiciada, junto com o ex-presidentes da Novacap Nilson Martorelli, pelo crime contra a Lei de Licitações.

Em 2014, a Terracap assinou contrato com a empresa Apex Circuit Design Ltda. no valor de 305 mil euros (cerca de R$ 1,2 milhão), para a elaboração de estudos técnicos e de viabilidade para a reforma e adequação do autódromo às normais internacionais de segurança. Em setembro do mesmo ano, outros dois contratos foram firmados: um de R$ 7 milhões com a Rígido Engenharia Ltda., para a realização de serviços técnicos de consultoria especializada, e outro de R$ 37 milhões com a emissora de TV Band para a transmissão da Fórmula Indy em Brasília.

Após o início das obras, em dezembro daquele ano, o MPDFT recomendou ao governo a sua suspensão. Porém, a execução irregular da reforma gerou gastos de mais de R$ 7 milhões aos cofres públicos. Desse valor, foi repassado R$ 1 milhão à empresa responsável. No entendimento do MPDFT, a conduta dos acusados gerou grave prejuízo, porque a execução da obra ficou inacabada.

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