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Três hospitais centralizam os atendimentos dos feridos durante manifestação

Pelo menos 50 pessoas já passaram pelo Hospital de Base. Um homem que corre o risco de ficar cego aguarda uma ambulância para ser transferido do Hran

Diego Borges/Especial para o Diário de Pernambuco, Otávio Augusto
postado em 24/05/2017 18:20

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Com o desenrolar do protesto na Esplanda dos Ministérios, a movimentação é intensa em três emergências da capital federal. Os hospitais de Base (HBDF), Regional da Asa Norte (Hran) e Universitário de Brasília (HUB) centralizaram os atendimentos. A Secretaria de Saúde e a Secretaria de Segurança Pública ainda não divulgaram balanço dos atendimentos dos feridos durante a manifestação.


Manifestante ferido durante protesto nesta quarta-feira (24/5) No Hospital de Base, pelo menos 50 pessoas receberam socorro ; sendo cerca de 30 manifestantes, segundo informações das recepcionistas da unidade médica. O rapaz que teve a mão decepada por um rojão ainda passa por cirurgia. Lá, há ainda, um agente penitenciário que ficou ferido no queixo, braço e peito por bala de borracha; um jovem com olho ferido e que corre o risco de ficar cego; quatro pessoas com ferimentos na cabeça; e três manifestantes que acabaram machucados pela cavalaria.

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No Hospital Regional da Asa Norte a movimentação é intensa. Médicos tentam um ambulância para transferir um homem para o Hospital de Base. Ele corre o risco de perder a visão. A reportagem flagrou o atendimento de pelo menos outros três manifestantes. Um deles, um homem de cerca de 30 anos, estava com o nariz gravemente ferido, possivelmente por uma bala de borracha.

Bombeiros socorrem policial militar ferido durante manifestação na EsplandaO estudante Eduardo Silveira de Lima, 21 anos, perdeu a memória apósuma pancada na cabeça. Ele veio em um ônibus de Florianópolis. "Minha última lembrança é de uns policiais com escudos na minha frente. Quando dei por mim, estava acordando no chão", contou, ao chegar no Hran ainda desnorteado.

Carlos Alberto Teixeira, 52 anos, teve que acompanhar o colega Gérson da Fonseca, 54 anos, ao hospital. "Ele levou um tiro à queima-roupa de bala de borracha no nariz e precisou ser atendido", conta. Os dois saíram de Angra dos Reis (RJ) na manhã de ontem (23/5) e chegaram em Brasília às 7h de hoje. "Viemos manifestar contra as reformas trabalhista e da Previdência", reforça.

Com informações de Patrícia Nadir e Andressa Paulino, estagiárias sob supervisão de Otávio Augusto.

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