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"Rainha dos golpes" é presa no DF acusada de 31 estelionatos

Larissa Borges da Silva se apresentava como arquiteta e aplicava golpes em salões de beleza, clínicas e também contra taxistas e entregadores

postado em 19/07/2017 20:11
Larissa Borges da Silva  se apresentava como arquiteta e aplicava golpes em salões de beleza, clínicas e também contra taxistas e entregadores
Uma mulher acusada de estelionato foi presa na tarde desta quarta-feira (19/7), por agentes da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), após dois meses de investigação. Larissa Borges da Silva, de 29 anos, é suspeita de ter praticado 17 crimes de estelionatos e um furto no Distrito Federal. Na capital goiana, são 14 ocorrências contra a mulher. As vítimas de Larissa tiveram um prejuízo estimado em cerca de R$ 50 mil.
Conhecida como a "rainha dos golpes", Larissa se apresentava como arquiteta e aplicava golpes em salões de beleza, clínicas e também contra taxistas e entregadores. De acordo com a polícia, ela se utilizava da beleza e simpatia para convencer os alvos.

[SAIBAMAIS]Logo após a prisão de Larissa, a corporação foi informada sobre um furto em uma loja de alimentos saudáveis na Asa Sul. Após investigação, e a análise das câmeras de segurança, foi confirmado que ela era a autora do crime. Os alimentos roubados foram encontrados no carro da suspeita e somam cerca de R$ 300 em marmitas fitness.
Segundo o delegado-adjunto da 1; DP, João Nogueira Neto, depois de tentar aplicar o golpe sem sucesso, ela se aproveitou do descuido de uma das vendedoras, pegou a sacola e simplesmente saiu com os alimentos.

A mulher, que agia no Distrito Federal há cerca de 8 meses, nasceu em Goiânia, onde também aplicou golpes, dentre eles o de extorsão. Ela procurava homens de alto poder aquisitivo para aplicar o o famoso "golpe da barriga".

Após ser investigada pela polícia goiana, ela fugiu para o Distrito Federal, onde também teria perseguido um namorado e tentado aplicar o mesmo golpe. Larrisa se mudava constantemente. Não pagava aluguel e evitava as câmeras de segurança de vários locais.

Ainda de acordo com o delegado, em um dos ataques, ela chegou a registrar junto à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) uma "falsa ocorrência de lesão corporal e Maria da Penha". "Há menos de um mês que estavam juntos e ela disse ao homem que estava grávida de gêmeos. Ela ia no emprego dele e fazia escândalos. O homem chegou a registrar ocorrências de perturbação e ela teria jogado o carro no vidro da portaria do prédio onde ele morava", afirmou.

O namorado, que não quis se identificar, explicou por telefone ao Correio que a acusada era emocionalmente instável e dizia ter "problemas psicológicos". Ele contou, ainda, que ela não trabalhava e chegou a apresentar um exame falso de gravidez para tentar comprovar a gestação. "Ela tinha uns ataques, era violenta. Mas depois pedia desculpas, dizendo que tinha problemas psicológicos. Dizia que estava grávida, mas sempre que eu pedia um exame, arrumava uma desculpa. Depois me apresentou um exame, e quando fui pesquisar, o CRM era de um cardiologista;.

Padrão

O delegado afirmou que o que mais chamou atenção no caso foi o modo de agir da mulher, que era semelhante em todos os crimes. "Ela utilizava nomes falsos. Após passar o cartão de crédito e débito, a transação não era autorizada e ela dizia que iria transferir eletronicamente o dinheiro. Mostrava comprovantes falsos e quando a vítima checava a conta, ela a enrolava, dizendo que demoraria uns dias para o dinheiro cair por conta de trâmites bancários", exemplificou.

"Ela comprava celulares, motos e carros. Quando as vítimas se davam conta, ela já havia se desfeito dos bens revendendo para terceiros. Ela colocou silicone e comprou até cachorros através dos golpes", acrescentou.

Ao traçar o perfil de Larissa, o delegado disse tratar-se de uma sociopata. "As vítimas que conseguiam entrar em contato após o golpe, ela ameaçava dizendo que entraria com um processo por difamação e calúnia e ainda as xingava. É uma pessoa violenta, agressiva, dissimulada, com uma vida voltada ao crime. A vida dela é dar golpes".

O delegado acredita, também, que a estelionatária tenha feito mais vítimas, e alerta: "as pessoas não acreditavam que ela poderia dar um golpe por conta da beleza. Mas sempre devemos desconfiar de pessoas desconhecidas, porque não sabemos com quem estamos lidando. Todo cuidado é pouco".
Larissa foi encaminhada ao presídio feminino (Colméia) e pode pegar de 1 a 5 anos de prisão por cada golpe cometido. E de 1 a 4 anos pelo furto à loja de marmitas fitness.

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