Cidades

Número de presidiários infectados por doenças de pele na Papuda triplica

2.095 presidiários contraíram doenças de pele no DF. Na semana passada, 692 detentos haviam adoecido

Deborah Fortuna, Otávio Augusto
postado em 24/07/2017 15:40
Número de presidiários infectados por doenças de pele na Papuda triplica
Subiu para 2.095 o número de presidiários com doenças de pele no sistema penitenciário da capital federal. Na semana passada, o número era menor. Apenas 692 detentos haviam adoecido. Isso significa que triplicou a quantidade de gente doente. Outros 4,6 mil presos passaram por exames clínicos para monitorar a enfermidade.

Segundo as secretarias de Segurança e de Saúde, não há motivo para suspender as visitas. As autoridades sanitárias descartam, apesar do aumento substancial de casos, que esteja havendo uma epidemia no sistema carcerárIo. Cinco das seis unidades prisionais do Complexo da Papuda passaram por higienização. O mesmo ocorreu em outras 25 celas.

As doenças detectadas foram escabiose, tineas, pitiríase e furunculoses. Todas são enfermidades de pele altamente contagiosas. "Os médicos realizam a consulta com os detentos, verificam se eles estão com alguma doença de pele, passam a medicação nos casos que forem diagnosticados e dão orientações de higiene, como a lavagem de mãos", explica o Governo Distrito Federal, em nota.
[SAIBAMAIS]Apesar do aumento de prisioneiros doentes, o governo garante que todos os detentos são acompanhados por equipes de saúde. "Os presos são constantemente acompanhados por diversos profissionais da saúde que trabalham nas unidades, como clínicos-gerais, enfermeiros, dentistas, assistentes sociais, terapeutas, entre outros", ressalta o texto.
Número de presidiários infectados por doenças de pele na Papuda triplica

"Sob controle"

A Secretaria de Segurança Pública havia dito, em nota, em 13 de julho, que a infecção foi controlada por meio de medicação no momento em que as doenças foram identificadas, por volta do dia 20 de junho. Naquele dia, o registro era de que 172 internos estavam com a infecção no Centro de Detenção Provisória (CDP), enquanto outros 520 foram diagnosticados na Penitenciária do DF (PDF).
Ainda na primeira quinzena do mês, ao ser questionada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a Secretaria de Segurança informou que já havia iniciado o tratamento. Desde então, mutirões de triagem estariam sendo feitos com os internos para detectar se há outros casos. Os detentos passam por acompanhamento com médicos e enfermeiros que trabalham nas unidades prisionais.

Providências

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB/DF) enviou um ofício para a Subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe) e para a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Paz Social do DF (SSP/DF) para que sejam tomadas medidas sobre o surto de doenças. Segundo o órgão, a falta de estrutura adequada nos presídios e as condições a que os internos são submetidos favorecem a disseminação de doenças e de infecções, como no surto identificado.
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