Cidades

Rodas das Paz realiza tradicional passeio pela 1ª vez fora do Plano Piloto

Marcado para domingo, evento reivindicará menos velocidade no trânsito, mais cuidado e atenção dos motoristas

Mariana Areias - Especial para o Correio
postado em 28/07/2017 06:00
Grupo de amigos que vai participar do encontro na mais populosa cidade do Distrito Federal: organizadores falam em 6 mil pessoas
Sem pressa, todo mundo chega bem. Esse é o tema do 15; Passeio Ciclístico Rodas da Paz, que acontecerá domingo, em Ceilândia, a mais populosa região administrativa do Distrito Federal. Pela primeira vez, o tradicional encontro será fora do Plano Piloto.

Os participantes escolheram a cidade em uma enquete realizada ano passado. A concentração será às 8h, em frente à estação de metrô de Ceilândia Centro. O percurso de 9km inclui a avenida Hélio Prates. Além de bicicleta, podem ser usados patins, patinetes e até os pés, em caminhada ou corrida. O retorno será pela mesma via.

O evento visa reivindicar menos velocidade no trânsito, mais cuidado e atenção dos motoristas. Em Brasília, as vias urbanas têm limite de 80km/h. Segundo os dados da Rodas da Paz, em um acidente a 64km/h, 85% dos pedestres atingidos morrem e nenhum sai ileso. A 32km/h, 5% morrem e 30% sobrevivem ilesos.

Ciclista, coordenador e voluntário do Rodas da Paz há quatro anos, Eduardo Guimarães, 40, considera importante passeios como o de domingo, para dar visibilidade às causas dos ciclistas. ;Percebemos, a cada ano, que os passeios ciclísticos contam com números maiores de participantes;, ressaltou.
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O Passeio Ciclístico Rodas da Paz reuniu 10 mil participantes em 2015. No ano passado, foram 5 mil pessoas, devido às restrições no trânsito em função das Olimpíadas, que coincidiram com o passeio em Brasília, sede de jogos do torneio de futebol. Mas a expectativa para este ano, de acordo com o coordenador-geral da ONG, Bruno Leite, é de 6 mil. ;O evento não é esportivo, é um passeio visando cidadania, cultura e segurança. O trajeto é curto, justamente para que toda a família possa participar;, destacou. Leite acredita que condições melhores para ciclistas trazem benefícios para toda a sociedade. ;Quanto mais bicicletas nas ruas, menor será a poluição, haverá melhoria na qualidade de vida da população, além de diminuição nos engarrafamentos;, defende.

Adeus, depressão

Integrante do Rodas da Paz e ciclista há três anos, a professora Marilu Santos, 44, participará do passeio ciclístico em Ceilândia. Para ela, locomover-se sobre duas rodas proporciona saúde, sensação de liberdade e aprendizados. ;Não troco o vento na cara por nada. Graças ao pedal, fiz amigos, aprendi sobre solidariedade, compreensão e cuidado com o próximo;, conta a professora. Ela credita às experiências com a bicicleta a cura da depressão. Preocupada com o meio ambiente e com a poluição, Marilu incentiva amigos e familiares a adotarem o mesmo estilo de vida.

Estudante de educação física e morador de Planaltina, Douglas Oliveira, 25, participará do passeio pela primeira vez. Além de reivindicar segurança no trânsito, quer estar entre os colegas para mostrar à sociedade o quanto a bicicleta o ajuda. Douglas tem uma doença ainda não diagnosticada e enfrenta problemas para se equilibrar e manter a coordenação motora. ;O ciclismo auxilia na minha saúde, além de ser o meu meio de transporte;, ressalta o jovem. Ele escolheu a carreira profissional graças à paixão pela bicicleta.

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