Cidades

Família de motorista da Caixa espera que inquérito seja concluído até sexta

Segundo advogado, a Polícia Civil prometeu concluir o inquérito até o fim da semana. Parentes acionarão peritos criminais para questionar laudo do IML

Carina Ávila - Especial para o Correio
postado em 09/08/2017 07:00
Luís Cláudio Rodrigues morreu horas depois de ser preso por dirigir embriagado
O esclarecimento da morte do motorista terceirizado da Caixa Econômica Federal Luís Cláudio Rodrigues deve avançar esta semana. Segundo o advogado da família, Paulo César Feitoza, a Polícia Civil informou que o inquérito deve ser concluído até a próxima sexta-feira (11/8), para que a família receba o laudo definitivo do Instituto de Medicina Legal (IML) junto aos documentos finais da investigação.
Feitoza adianta que acionará uma equipe de peritos criminais para analisar novamente o material obtido no local da morte, com fotografias do corpo de Luís Cláudio tiradas após a necrópsia do IML, pelo cunhado dele, Marcos Eustáquio. "O laudo preliminar já era mentiroso, pois informava que a única lesão no corpo da vítima era a marca no pescoço causada pelo enforcamento. As fotos provam que ele estava repleto de hematomas;, protesta.


O caso


Em 14 de julho, o motorista Luís Cláudio Rodrigues, 48 anos, morreu horas depois de ser preso por dirigir embriagado e bater no veículo de um policial militar. O acidente aconteceu por volta das 15h, no Setor de Mansões de Sobradinho, pertó da casa dos dois. Testemunhas disseram que, após a colisão, Luís sofreu agressões e humilhações do PM, um sargento da Rotam que estava de folga e chamou colegas para realizar a detenção ; a Polícia Militar nega qualquer violência durante a abordagem.

[SAIBAMAIS]Luís submeteu-se ao teste do bafômetro, que, segundo a Polícia Civil, acusou 1,35 miligrama de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. Em seguida, foi encaminhado para a 13; Delegacia de Polícia (Sobradinho). A família dele chegou à unidade cerca de uma hora e meia após o acidente, por volta das 16h. Às 18h30, os parentes pagaram a fiança de R$ 1,2 mil. Depois disso, descobriram que Luís estava morto. Oficialmente, a Polícia Civil informou que o motorista se matou dentro da cela onde foi mantido, versão sempre contestada por parentes e amigos.
A família também rejeita laudo preliminar do IML. O documento reforça que não houve agressões e que a morte ocorreu em decorrência de "asfixia secundária a enforcamento". Além disso, os peritos não visualizaram em Luís qualquer lesão externa, que não aquela proveniente do próprio enforcamento. Mas fotografias feitas pelos familiares no dia seguinte à morte revelam diversas marcas no corpo da vítima. Peritos ouvidos pelo Correio avaliaram que Luís apresenta marcas de violência, e não apenas no pescoço.

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