Cidades

Brasilienses gastam mais com eletrodomésticos para aliviar efeitos da seca

Com baixos índices de umidade relativa do ar e altas temperaturas, os brasilienses gastam para aliviar os efeitos da estiagem

postado em 15/09/2017 06:00

Nilma Maria fez peregrinação pelas lojas em busca de um ventilador

Nos próximos dias, Brasília deve continuar com a umidade se mantendo baixa, entre 15% e 25%. Apesar do desconforto, a cidade enfrentou condições climáticas mais adversas. O maior período sem chuvas registrado no DF foi em 1963: 164 dias. Segundo o Instituto de Metereologia (Inmet), há possibilidade de pancadas para o fim da próxima semana.

Enquanto a chuva não chega, as pessoas recorrem a diferentes métodos para se refrescarem. Entre as opções, muitos apostam na compra de ar-condicionados, ventiladores, climatizadores, entre outros. Quem gosta da ideia e lucra com isso são os comerciantes, que estão atentos à tendência. Muitas lojas posicionam esses aparelhos estrategicamente nas entradas, com o objetivo de atrair consumidores.

A aposentada Nilma Maria Felício, 68 anos, está em busca de um ventilador, após comprar um umidificador na semana passada. ;Nesse calorão a gente se alivia como dá. Ainda bem que, além de beber muita água, podemos contar com esses equipamentos. Estou fazendo uma média de orçamento para encontrar um preço bacana;, comenta a goiana, enquanto toma um sorvete.

A doméstica Fátima Rodrigues, 40 anos, também está à procura de alternativas para se refrescar. A moradora de Ceilândia conta que, além de recorrer a compras de aparelhos, aposta em outras opções na luta contra a secura. ;Lá em casa a gente espalha baldes de água para ajudar na umidade do ar. À noite, costumo colocar toalhas molhadas na cabeceira da cama das crianças.; A mineira, que mora no Distrito Federal há mais de 10 anos, alega estar acostumada com esse período. ;Desta vez, vamos comprar um umidificador. Ano passado, compramos um ventilador. Quem sabe ano que vem a gente compra um climatizador?;, indaga, com um sorriso no rosto.

A procura de alívio para a sensação de calor tem impacto direto no comércio. O presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, explica que, nessa época, três segmentos, em especial, têm reflexos lucrativos. ;É comum as vendas aumentarem cerca de 80% em lojas que comercializam produtos como ventiladores, climatizadores, umidificadores. Há um crescimento também de aproximadamente 50% na comercialização de protetores e hidratantes corporais;, aponta. Há, ainda, maior demanda na busca de medicamentos para problemas nas vias respiratórias. ;As compras no meio farmacêutico com esse tipo de remédio sobem 40%;, aponta Adelmir Santana.

O representante da Fecomércio constata que não há um aumento significativo no preço desses produtos devido a muita concorrência. ;Não convém subir os custos. Não há uma via que não tenha uma farmácia, por exemplo. Não adianta explorar o consumidor.;

O administrador de empresas Tiago Soares, 45 anos, não vê a hora de providenciar um ar-condicionado para a casa dele. Acompanhado da filha Ana Luísa Soares, 18 anos, na busca pelo equipamento, o gestor confessa que a vontade era comprar um para cada cômodo da casa. ;A gente queria era levar vários, mas hoje terá que ser só um. Por enquanto, vamos nos virar com os ventiladores e umidificadores que temos;, lamenta o morador da Asa Sul.

Por conta da seca, Tiago parou de praticar ciclismo, uma das atividades de lazer preferidas dele. ;Comecei a sentir minha pele muito ressecada, a dar sinais de desidratação. Preferi dar uma parada. Meu médico me indicou procurar exercícios em lugares cobertos e ingerir bastante água.;

Recomendações

Assim como o administrador, é preciso ficar atento às orientações de especialistas para esse período de estiagem. A Subsecretaria do Sistema de Defesa Civil recomenda cuidados especiais com crianças e idosos. As atividades físicas e trabalhos ao ar livre devem ser suspensos entre as 10h e as 16h. Nas escolas, a prática de ginástica não é aconselhada nem mesmo em espaços cobertos.

É importante aumentar a ingestão de líquidos e evitar banhos prolongados com água quente. A orientação, ainda, é que se faça refeições leves, use protetor solar em abundância e umidifique o ambiente com aparelhos vaporizantes ou toalhas molhadas. Pingar soro fisiológico nas narinas e usar a sombrinha são outras recomendações.

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