Cidades

Dois suspeitos de participar do esquema Kriptacoin estão foragidos

Fraude envolvia um esquema de pirâmide por meio da venda de uma moeda virtual não regulamentada pelo Banco Central. Operação nesta quinta-feira (21/9) prendeu 11 pessoas

Deborah Fortuna
postado em 21/09/2017 12:47

Policial civil de preto deixa prédio e caminha em direção a viatura segurando malote preto

Onze das 13 pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada na Operação Patrick, da Polícia Civil do Distrito Federal, foram detidas nesta quinta-feira (21/9). As outras duas são consideradas foragidas. A ação desarticulou uma pirâmide financeira de venda de moedas virtuais denominada Kriptacoin, que tem o potencial de lesar 40 mil pessoas que investiram no esquema na esperança de grandes lucros em um curto espaço de tempo.

[SAIBAMAIS]Ao todo, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em 18 lugares do DF e de Goiânia. As investigações apontam que, além dessas duas regiões, a quadrilha também fez vítimas em Pernambuco. Foram apreendidos veículos de luxo, dinheiro e outros bens.

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A empresa Kripta Coin Investimentos em Tecnologia Ltda ME começou a atuar em janeiro de 2017. As investigações apontam que o grupo ludibriava as pessoas com falsas promessas de lucro por meio de uma moeda não regulamentada pelo Banco Central. Uma das vantagens oferecidas aos lesados era de que o rendimento chegasse a 1% ao dia.

De acordo com o delegado da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor (CORF), Wisllei Salomão, alguns dos investigados já tinham passagens pela polícia por estelionato e quadrilha. Além disso, uma das pessoas presas tinha passagem por tráfico de drogas. "Essa moeda não era lastreada em nenhum tipo de investimento. E as pessoas acreditavam que conseguiriam obter lucros grandes, mediante essas promessas de um sistema que eles mesmo criaram de compensação", explicou.

Vítimas devem procurar a polícia

Para atrair as vítimas, os criminosos também promoviam um falso estilo de vida nas redes sociais, dando a impressão de que viviam com luxo porque tinham investido na moeda virtual. "Eles promoviam festival de música eletrônica, postavam fotos e alegavam que artistas estavam apostando na empresa. No começo, as pessoas conseguiam sacar parte do dinheiro, mas, com o tempo, eles foram dificultando esse saque", afirmou o delegado.

De acordo com o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Paulo Roberto Binicheski, há relatos de pessoas que chegaram a vender a casa para investir no esquema. Binicheski garante que o MP tem uma denúncia pronta contra todos aqueles que foram presos.

Para os que foram lesados, a polícia sugere que procurem a delegacia mais próxima para fazer a ocorrência. "Hoje, foi feita a apreensão de vários carros de luxo, quantias em dinheiro e alguns prédios de propriedade dos ;cabeças; dessa organização. Eles serão objetos de restituição das vítimas", disse o promotor. "Mas é muito provável que muita gente fique no prejuízo", admitiu.


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