Cidades

Homem que ateou fogo na mulher no Riacho Fundo 2 deve ir a júri popular

Ministério Público acusa agressor de tentar matar a mulher por motivo torpe. Tribunal pode enquadrar o acusado por tentativa de feminicídio

postado em 21/09/2017 21:00
Caso é mais um registro da violência contra a mulher no Distrito Federal
O acusado de atear fogo na mulher em frente à sobrinha de 4 anos deve ir a júri popular para responder por tentativa de homicídio quadruplamente qualificado. A denúncia foi oferecida na quarta-feira (20/9) pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). O crime aconteceu em 3 de setembro, no Riacho Fundo 2.

[SAIBAMAIS]Na denúncia, o MPDFT alega que o acusado tentou matar a mulher de 38 anos por ;nutrir sentimento de posse; por ela. Pelas investigações da Polícia Civil sobre o caso, a promotoria entende que o homem ateou fogo na vítima por ;por razões das condições do sexo feminino;, suficiente para qualificar o crime como tentativa de feminicídio.
O Ministério Público alega, ainda que o uso do fogo, sem possibilidade de defesa à mulher, constitui duas outras qualificantes da denúncia. Caso o Tribunal do Júri o condene, o acusado pode pegar até 30 anos de prisão.

O crime

De acordo com investigações da 29; Delegacia de Polícia (Riacho Fundo), o homem aproveitou um momento de distração da esposa para jogar álcool sobre ela e o fogão da cozinha. Quando o acusado ligou o aparelho, as chamas se alastraram em direção à vítima, que teve 40% do corpo queimado. Ela foi levada ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Também segundo a Polícia Civil, o agressor e a mulher costumavam discutir, principalmente quando ele usava drogas ou aparecia embriagado em casa. O delegado responsável pelo caso, Amarildo Fernandes, diz que o homem já havia agredido a vítima outras vezes.
Dados da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social mostra que o número de tentativa de feminicídio quase triplicou entre 2016 e 2017. No primeiro semestre deste ano, ocorreram 35 casos, enquanto, na série anterior, a SSP/DF registrou nove. Os crimes de violência doméstica também cresceram no mesmo período. Em um ano, o número passou de 6.848 para 7.119, um aumento de 4%. No total, nove mulheres morreram vítimas de feminicídio no Distrito Federal em 2017.

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