Cidades

OAB-DF critica divulgação de informações ligadas à fraude da Kriptacoin

O Conselho Pleno da entidade reprovou o vazamento de dados da investigação e entendeu que o repasse de informações prejudicou advogados denunciados

Jéssica Eufrásio*
postado em 06/10/2017 19:08
Vários carros de luxo foram apreendidos durante a operação
O Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Distrito Federal (OAB-DF) defendeu, em reunião nesta quinta-feira (5/10), o combate à "utilização da mídia pelo Estado" para tornar "midiático e especulativo" o processo de investigações em andamento. O entendimento foi uma resposta à atuação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no âmbito da Operação Patrick, que investiga um esquema de fraude com a moeda virtual Kriptacoin. Entre os denunciados, há dois advogados.


O colegiado da OAB-DF concluiu que a atuação do MPDFT envolveu a "criminalização da advocacia", sob a justificativa de que o órgão teria associado a conduta de advogados denunciados na operação como compatível à adotada pelos representados.

O requerimento analisado pelo colegiado foi apresentado por João Paulo Todde e Érico Rodolfo Abreu, então advogados de defesa dos donos da empresa Wall Street Corporate, responsável pela venda da moeda virtual. No próximo encontro, agendado para 20 de outubro, a seccional do DF realizará um desagravo público em defesa dos advogados.
Promotor de justiça Paulo Roberto Binicheski afirma que o MPDFT realiza um processo interno para averiguar a origem dos repasses de dados confidenciais
Em 2 de outubro, a OAB-DF emitiu um ofício ao promotor Paulo Roberto Binicheski, condutor das investigações no MPDFT, em que solicitou a apuração do vazamento de informações relativas à Operação Patrick. Todas elas estão sob sigilo na Justiça.

[SAIBAMAIS]Em resposta, Binicheski afirmou que o MPDFT realiza um processo interno para averiguar a origem dos repasses de dados confidenciais. "Estou ouvindo funcionários e posso assegurar, em relação a essa oitiva, que nenhum servidor teve acesso aos autos do processo. Quando a nossa denúncia foi apresentada à 8; Vara Criminal de Brasília, ninguém teve acesso a ela", afirmou.

Em relação à rejeição da denúncia apresentada pelo Ministério Público contra os advogados João Paulo Todde e Érico Rodolfo Abreu, o promotor reforçou que a transferência da Lamborghini para Goiânia, realizada por um dos advogados, configura ato ilegal. "Há muita especulação na imprensa. Até ontem, ninguém sabia o teor da denúncia. Os supostos envolvidos apresentaram versões antes de qualquer atividade da policia e do MP, mas estamos convictos de que o ato praticado configura obstrução de justiça", ressaltou Binicheski.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer

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