postado em 15/10/2017 20:43
Este domingo pós-feriado (15/10) exigiu que o brasilense adaptasse a programação para suportar o calor pesado de 37,3;C, recorde histórico registrado no Distrito Federal. Se os bares não ficaram muito cheios, o mesmo não pode ser dito sobre as sorveterias e os shoppings. Tudo para fugir do sol escaldante e da seca, que atingiu 11% de umidade relativa do ar durante a tarde.
[SAIBAMAIS]Por causa do calor, a fila para buscar um sorvete, um açaí ou um milkshake em uma lanchonete do Sudoeste demorava cerca de 10 minutos. Isso não desanimou os primos Paulo Carneiro, 25 anos, e Sofia Danik, 24, que nem sequer têm o hábito de frequentar sorveterias nos fins de semana. ;Viemos porque hoje está quente demais;, confessou Sofia, aos risos. Só a sobremesa gelada mesmo para tirá-los do ar-condicionado de casa. "Nem lembro a qual filme estávamos assistindo. Só não queríamos ir para a rua nesse calor", contou Paulo.
Quando o Correio contou aos dois que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não prevê mudança de tempo, ao menos nesta semana, ambos reclamaram. ;Nas salas onde tenho aula, não há ar-condicionado. Vou precisar levar um leque para amenizar;, planejou Paulo, que cursa o quarto semestre de psicologia na Universidade de Brasília (UnB).
Há quem se dê bem com os termômetros atingindo marcas tão extremas. Proprietária de uma sorveteria do Sudoeste, Renata Barbosa celebrou o calorão, sem se importar de trabalhar mais que o usual para um domingo pós-feriado. "Hoje, ao menos 350 clientes passaram por aqui. Precisei até desligar a máquina durante 10 minutos para não sobrecarregá-la", comemorou. Segundo Renata, o faturamento aumenta cerca de 50% em dias de onda de calor. ;Chamo até mais gente para vir trabalhar;, destacou.
Em outra sorveteria, na Asa Norte, o feriado prolongado de muito calor rendeu bons números no caixa. O sócio-proprietário do estabelecimento Bruno Kzam espera recordes ao fechar as contas deste domingo. "O faturamento dobrou entre quinta-feira e ontem, e, hoje, o movimento foi ainda melhor", celebrou. Para dar conta da demanda, Bruno precisou dobrar também a quantidade de sorvete disponível.
Bares vazios
Enquanto as sorveterias lotavam, os bares registraram movimento pouco abaixo do normal, mesmo em horário de jogo de futebol. A explicação, segundo o gerente de um estabelecimento no Sudoeste, Afrânio Cordeiro, está no feriado prolongado. ;Muita gente viaja ou não aguenta passar quatro dias seguidos na farra;, analisou.
Por outro lado, Afrânio espera que o forte calor e o início do horário de verão aumentem o movimento, mesmo em dias de semana. ;Em dias quentes assim, vendemos muito chope e caipiroskas;, citou o gerente. O brasiliense adiantou o relógio em uma hora, o que facilita happy hours ainda antes de escurecer.
A combinação do dia prolongado com a temperatura acima dos 30;C levaram as amigas Fernanda Coelho, 48 anos, e Janete Timbó, 41, a terminar o feriado diante de uma taça de cozumel. A bebida mistura suco de limão, gelo e cerveja, em um copo com sal na borda. ;Estávamos no ar-condicionado do shopping quando decidimos sair para beber algo gelado;, relatou Fernanda. ;Não temos o hábito de ir a bares todos os domingos, mas hoje foi necessário;, acrescentou.