Cidades

Policiais civis fazem paralisação de 24h a partir desta quarta-feira

A paralisação dos policiais civis ocorre para reivindicar o reajuste salarial de 37%, o mesmo concedido à PF

Isa Stacciarini
postado em 31/10/2017 16:51
Policiais civis se reuniram em frente ao Buriti nesta terça-feira (31/10)
Policiais civis decidiram fazer paralisação de 24 horas a partir das 8h desta quarta-feira (1/11). A categoria reivindica o reajuste salarial de 37%, o mesmo concedido à Polícia Federal e parcelado em três anos: 2016, 2017 e 2018. No mesmo dia, os agentes prometem fazer piquetes nas portas das delegacias. A decisão de cruzar os braços aconteceu em assembleia na tarde desta terça-feira (31/10).
[SAIBAMAIS]Durante o período, em todas as delegacias do DF só serão registrados flagrantes e ocorrências graves, como homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte) e estupro. As atividades voltam ao normal às 8h de quinta-feira (2/11).

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Rodrigo Franco, desde 2009 houve uma defasagem de 53% da remuneração salarial dos servidores. Naquele ano a categoria recebeu a última parcela do reajuste. Ele estima que em 2018 a redução seja de mais 3%.

A última reunião dos servidores com o governo aconteceu em agosto. Na ocasião, o governador se comprometeu a receber a categoria após a votação do projeto da reforma da previdência do DF, o que ocorreu em 27 de setembro.
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Há duas semanas representantes dos policiais foram a uma reunião com o secretário-adjunto da Secretaria da Casa Civil, Fábio Rodrigues Pereira, para solicitar um encontro com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

Segundo Rodrigo Franco, no entanto, o encontro não aconteceu. ;O governo está sendo intransigente. Não nos recebe nem abre para o diálogo. Eles sabem do nosso pleito e não transgridem um milímetro;, atacou.

A Casa Civil informou que o governo negocia desde 2015 com policiais civis e ofereceu quatro propostas para atender às reivindicações da categoria, a última, segundo a pasta, com o mesmo percentual destinado à Polícia Federal, mas com a diferença nos prazos e nos índices percentuais. No entanto, de acordo com o órgão, todas as propostas foram recusadas.
Em resposta ao posicionamento do governo, o Sinpol argumentou, em nota, que todas as propostas do executivo "foram retiradas da mesa de negociação no momento em que a categoria sinalizava querer avançar nas negociações".
A secretaria explicou que não é possível arcar com novos reajustes sem nenhuma nova fonte contínua de receitas e reforçou que sobre os dias parados, será aplicada a Lei de Greve ao serviço público, conforme prevê o Supremo Tribunal Federal (STF), "com regras que preveem corte de ponto e de vantagens nos dias de falta aos servidores que participarem de greves e paralisações".

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