Cidades

Contrariando ordem judicial, metrô paralisará 100% dos serviços na quinta

Poucas horas antes da reunião do sindicato, o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) determinou que 90% da frota e dos trabalhadores estejam em atividade nos horários de pico

Bruna Lima - Especial para o Correio, Fernando Jordão, Gabriela Sant'Anna - Especial para o Correio
postado em 08/11/2017 21:54

Passageiros no metrô

O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô-DF) decidiu manter a greve prevista para esta quinta-feira (9/11). A decisão sindical vai contra uma determinação judicial que obrigava que 90% dos trens e funcionários mantivessem suas atividades nos horários de pico. Contudo, após assembleia na noite desta quarta, a categoria decidiu que a paralisação será de 100%, justificando que ainda não foi notificada oficialmente da decisão da Justiça.

[SAIBAMAIS]Poucas horas antes da reunião do sindicato, o Tribunal Regional do Trabalho da 10; Região (TRT-10) determinou que 90% da frota e dos trabalhadores estejam em atividade nos horários de pico: das 6h às 10h e das 16h30 às 20h30. Nos demais horários, a determinação é de que 60% da frota e dos servidores estejam em atividade. No domingo (12/11) ; data da aplicação da segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ;, excepcionalmente, 100% dos trens devem estar em funcionamento, bem como todos os funcionários devem estar em seus postos. A multa estipulada em caso de descumprimento é de R$ 100 mil.

Na decisão, o desembargador do Trabalho Pedro Luís Vicentin Foltran avalia que "a situação exige que se imprima o equilíbrio entre o direito constitucional à greve com a prestação de serviços essenciais de forma segura, sem qualquer ameaça a outros direitos garantidos por lei".

"Considerando as peculiaridades do sistema metroviário, tais como, capacidade e localização das estações (algumas subterrâneas) e o fato de se tratar de transporte utilizado diariamente por

milhares de pessoas, não há como ignorar que, ao fixar os percentuais mínimos de funcionamento dos serviços, a questão referente à segurança deve prevalecer sobre qualquer outra", afirma o desembargador no documento.

O Metrô havia pedido à Justiça que reconhecesse a "abusividade da greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (SindMetrô-DF)". De acordo com a Companhia, a paralisação começaria sem cumprir o aviso prévio de 72 horas exigido por lei. O pedido da autarquia ; atendido parcialmente pela Justiça ; era que 100% da frota e dos trabalhadores estivessem em atividade nos horários de pico, 80% nos demais horários e 100% no dia do Enem, com multa de R$ 300 mil em caso de descumprimento.

A greve havia sido decidida pelos metroviários em assembleia geral realizada no último domingo (05/11) na Estação Praça do Relógio, em Taguatinga. Às 20h desta quarta está marcada uma reunião para organizar o movimento. A categoria reivindica a convocação dos aprovados no último concurso e a data-base, segundo acordo firmado em 2015. Na ocasião, o GDF se comprometeu a implementar reajuste salarial de 8,4% conforme Índice de Preço ao Consumidor (INPC) e a convocar 320 novos servidores para posse e mais 301 para formação de cadastro reserva, assim que o DF saísse do Limite Prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. O fato aconteceu no dia 29 de setembro, mas o acordo não foi cumprido.

O GDF disse, em nota, que enfrenta dificuldades para ajustar as contas públicas e "não tem condições financeiras para conceder reajustes aos servidores, situação esta que levaria à condição encontrada no início da atual gestão, de absoluto descontrole de gastos. Ou seja, a concessão de reajuste implicará em dificuldade para honrar salários e pagamentos de fornecedores e prestadores de serviços essenciais.

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