Cidades

Terreiro de candomblé é incendiado no Jardim Ingá, Entorno do DF

O ataque criminoso ocorreu na madrugada do Dia Nacional da Consciência Negra. "Não entendo o motivo de alguém fazer isso. Eu não faço mal a ninguém", lamenta Rosimeire Rodrigues, proprietária do local

Daniel Marques Vieira*, Thiago Soares
postado em 20/11/2017 16:00
Imagens de santos eram guardadas no local destruído pelo fogo
Um barracão do templo de candomblé Ilé Axé Alaketu Omim Orisa Iyanlá Lewa foi incendiado na madrugada desta segunda-feira (20/11), no Jardim Ingá, em Luziânia (GO). Por volta das 2h, as chamas se espalharam pelo local, que ficou parcialmente destruído.

[SAIBAMAIS]Dona do terreiro, Rosimeire Rodrigues, 51 anos, conhecida como mãe Branquinha, mora no mesmo lote do templo. Ela relatou que, durante a madrugada, acordou com um barulho. Inicialmente, pensou se tratar da televisão ligada, mas, ao olhar pela janela, viu fumaça saindo do espaço religioso. Ao chegar ao local, as chamas tinham consumindo parte do barracão.
Enquanto ela e as três filhas tentavam apagar as chamas, a residência onde mora foi invadida. A mãe de santo acredita que os invasores eram as mesmas pessoas que atearam fogo no barracão.
"Lá do templo, vimos uma movimentação. Corremos para casa e, quando chegamos lá, estava tudo revirado. Parece que a intenção era colocar fogo na minha residência também. Graças a Deus, conseguimos chegar a tempo", assegurou.
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Muito abalada, mãe Branquinha compareceu, na tarde desta segunda-feira (20/11), ao Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) do Jardim Ingá para registrar a ocorrência. Ela disse que o local incendiado era um quarto onde ficavam as imagens dos santos. "Só que eu tinha tirado a maioria de lá", relata.
Casa onde mora a responsável pelo terreiro também foi revirada pelos vândalos

Tristeza

Acompanhada pela família, ela não escondeu a decepção com mais um ataque. Há quatro anos, mãe Branquinha teve o terreiro incendiado. Tudo foi destruído e o templo foi reerguido a partir da doações dos frequentadores. "Não entendo o motivo de alguém fazer isso. Eu não faço mal a ninguém", argumentou a mulher.


O ataque ocorreu no mesmo dia em que é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra. Até o momento nenhum suspeito foi identificado.
Mãe Branquinha compareceu ao Ciops do Jardim Ingá, em Luziânia
* Estagiário sob supervisão de Margareth Lourenço (Especial para o Correio)

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