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Sindivarejista prevê aumento de 6% nas vendas durante o Natal

Comerciantes estão otimistas e alguns estabelecimentos estimam um aumento ainda maior com o impulso da data comemorativa e no pagamento da primeira parcela do 13º salário

Victor Barbosa*
postado em 21/11/2017 09:00
Pesquisa da FGV mostra que cerca de 40% dos beneficiados com FGTS guardou o dinheiro e pode investir em bens e produtos neste fim de ano
A expectativa dos lojistas para as compras de fim de ano dos brasilienses está alta. Com o pagamento da primeira parcela do 13; salário, a previsão é de que as vendas subam pelo menos 6%, segundo o Sindicado do Comércio Varejista (Sindivarejista). Ao todo, 1.740.554 trabalhadores ativos e aposentados receberão o 13; salário, um número maior que o do ano passado, que foi de 1.688.026. O pagamento do benefício injetará cerca de R$ 7,565 bilhões na economia do Distrito Federal, um crescimento sutil em comparação com os R$ 7,502 bilhões do natal do ano passado. Esse fator, no entanto, não é o único responsável pelo otimismo entre os comerciantes.
Para o superintendente do shopping Conjunto Nacional, Fernando Marchesi, o momento vivido em 2017 é melhor que o de 2016 por diversas variáveis, dentre elas, a inflação controlada e os saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). "Embora o país ainda esteja em uma retomada da economia, o pior já passou", acredita. De acordo com pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) realizada em setembro, cerca de 40% dos beneficiados com FGTS gastaram o valor pagando dívidas, mas o restante informou que guardaria o dinheiro, podendo investir em bens e produtos neste fim de ano.

A melhora no cenário econômico também vai fazer os consumidores gastarem mais. O valor médio com presentes, que no ano passado foi de R$ 205, deve subir para R$ 220, um aumento de 7%, aposta o Sindivarejista. O assessor de imprensa autônomo Leonardo Resende não sabe o total de quanto vai gastar neste Natal, mas acredita que será superior a 2016. ;Eu tenho comprado mais este ano, não sei se é por causa da economia, mas a minha situação melhorou;, reconhece.

Cristiane Moura, dona de quatro lojas de moda feminina no DF, está apostando nas vendas de fim de ano. Para ela, o resultado de novembro foi muito bom e o de dezembro será ainda melhor. "As pessoas compram muitas roupas nessa época por causa das festas do fim de ano", observa. Ela comenta que contratou menos funcionários para o fim de ano e decidiu dar um treinamento melhor para as vendedoras", disse. A varejista espera um aumento de 12% nas vendas. "Eu estou bem otimista", afirma.

Ao contrário da decisão de Cristiane, o Sindivarejista prevê que as vagas de trabalhos devem subir, mas não muito. Devem passar, dos 800 contratados no ano passado, para 1,5 mil.

O professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Ramos avalia que um conjunto de fatores está levando à recuperação da economia e, consequentemente, à melhoria das expectativas do comércio. ;Os juros estão caindo, o emprego subindo. As pessoas têm mais dinheiro;, comenta. Questionado se as reformas feitas neste ano já surtiram efeito na economia, ele é cético. ;As reformas ainda não estão sendo sentidas;, avalia.
* Estagiário sob supervisão de Margareth Lourenço (Especial para o Correio)

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