Cidades

MP denuncia motorista que atropelou ciclista Raul Aragão na L2 Norte

A 15ª Promotoria de Justiça Criminal de Brasília denunciou o jovem por homicídio culposo na semana em que o acidente completa um mês

Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 22/11/2017 19:17
Bicicleta em homenagem a Raul Aragão foi colocada na L2 Norte
A 15; Promotoria de Justiça Criminal de Brasília denunciou, por homicídio culposo, nesta quarta-feira (22/11), o motorista que conduzia o carro que colidiu com o ciclista Raul Aragão na L2 Norte. A denúncia foi entregue pelo Ministério Público no dia seguinte à data que marca um mês do acidente.
[SAIBAMAIS]De acordo com a denúncia, na data do ocorrido, Johann Homonnai, 18 anos, dirigia o carro de forma imprudente, com velocidade em torno de 95 km/h, conforme mostrou laudo criminalístico da Polícia Civil. A velocidade máxima permitida na via é de 60 km/h. Após a colisão, a vítima foi socorrida com múltiplos ferimentos, mas morreu de politrauma em decorrência do atropelamento.
A ONG Rodas da Paz foi responsável por protocolar, no dia 6 de novembro, o pedido de acompanhamento do inquérito policial ao MPDFT. O coordenador geral da organização, Bruno Leite, alegou que a denúncia foi branda. "Com a velocidade em que estava, o motorista assumiu o risco de matar, o que configuraria crime de homicídio doloso. É preciso estabelecer punições mais severas. Uma morte no trânsito não pode ser tão banal, temos que mudar essa mentalidade."
Apesar de comemorar a judicialização do caso, o pai da vítima, Helder Gondim, 62 anos, disse que vai tentar outras medidas judiciais. "Nós vamos entrar também com uma ação cível contra os familiares. Eles são os responsáveis pelo filho e por ter fornecido o veículo que matou Raul", afirmou.
O advogado do acusado, Cléber Lopes, vê com naturalidade a abertura do processo. "Este é o primeiro passo para analisar o caso, o que não quer dizer que ele é culpado. Vamos fazer algumas ponderações ao laudo da perícia, já que verificamos, junto a um especialista da área, que o resultado não foi conclusivo. Não tiramos a parcela de responsabilidade do Johann, mas, como no direito penal não existe culpa compartilhada, cabe ao judiciário decidir quem será o responsabilizado", afirma.

A ONG Rodas da Paz, da qual Raul era integrante, protocolou o pedido de acompanhamento do inquérito policial pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) em 6 de novembro. O documento foi entregue pelos pais de Raul Aragão, amigos e representantes da ONG.
A organização alegava que, após 15 dias do morte de Raul, o motorista do carro ainda não havia sido chamado para prestar depoimento.

Relembre o caso


O estudande de sociologia da Universidade de Brasília (UnB) Raul Aragão pedalava em 21 de outubro na 406/407 Norte quando foi atropelado por um carro. O motorista ajudou no socorro e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A vítima foi encaminhada para o Hospital de Base de Brasília (HBDF), mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 5h do dia seguinte. Johann Homonnai passou por teste do bafômetro no local. O etilômetro apresentou resultado negativo para embriaguez. O corpo de Raul Aragão foi velado em 23 de outubro, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Na volta do velório, amigos de Raul que estavam de bicicleta se envolveram em uma confusão com um motorista e quase foram atropelados.

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