Cidades

Metrô volta a abrir parcialmente depois de cinco dias de paralisação total

Sindicato e empresa acatam decisão do TRT/10 e reabrem as 24 estações do Metrô/DF. Porém, apenas cinco trens circulam fora do horário de pico

Mayara Subtil - Especial para o Correio
postado em 23/11/2017 08:43
Nos horários de pico, 18 dos 24 trens funcionam. Número cai para apenas três entre as 19h30 e o fechamento do metrô, às 23h30
Todas as estações do Metrô/DF voltaram a abrir nesta quinta-feira (23/11), depois de cinco dias de paralisação total do serviço. Isso não significa, porém, que os transtornos aos passageiros tiveram um fim. A partir das 8h45, apenas cinco trens circulam pelas duas linhas que ligam a Rodoviária do Plano Piloto às 24 paradas do metrô.


[SAIBAMAIS]O funcionamento de 75% do efetivo volta apenas entre as 16h45 e as 19h30. Depois, o número de trens em circulação cai para apenas três até as 23h30, horário de fechamento das estações.
No momento de abertura dos portões, as estações da 108 e 114 Sul, Arniqueiras, Guariroba e Taguatinga Sul funcionaram apenas para desembarque. No decorrer da manhã, foram abrindo de acordo com determinação da direção da estatal.

Passageiros comemoram retorno

O pintor Maciel da Silva Miranda, 21 anos, não via a hora de as estações voltarem a funcionar. Nos dias em que as portas ficaram fechadas, o morador do Sol Nascente precisava pegar três conduções para chegar ao Plano Piloto. "Eu ia para Ceilandia, passava em Taguatinga e, de lá, era mais um ônibus até a Rodoviária. Ainda sim chegava duas horas atrasado no trabalho, pois faço horário fixo. Sei que ainda estão em greve, mas só com essa volta melhora a vida em 80%", contou.

Além do tempo a mais de espera, Maciel gastava mais dinheiro com as três conduções. O gasto diário de R$ 17,50 passou para R$ 23,50. "Fora a segurança que o metrô proporciona para quem precisa. É uma falta de respeito muito grande com o cidadão", acrescentou o jovem.

Transtorno também para a dona de casa Julia da Silva, 63 anos. A moradora da Asa Norte, que precisava sair cedo para chegar na estação Shopping, afirma que os passageiros são os que mais sofrem com a falta de acordo do governo. "Nesses dias, os ônibus andaram muito abarrotados. Tem que ter um consenso. Eles (Metrô/DF e Sindicato dos Metroviários) precisam lembrar que nós quem pagamos por essa falta de decisão deles", explicou.
Com menos trens, passageiros correm para não sofrer com o maior tempo de espera

Sindicato e Metrô/DF obedecem decisão, mas greve continua


Na noite de quarta-feira (22/11), tanto o Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô) quanto a estatal decidiram acatar a . O texto estabelece efetivos mínimos de 75% nos horários de pico e 30% nas demais horas do dia.

Diferentemente da primeira liminar, o desembargador Pedro Luís Vincentin Foltran decidiu que as duas partes têm responsabilidade no funcionamento do metrô. Caso sindicato ou governo descumpram a liminar, ambas podem pagar multa de R$ 100 mil por dia.

A volta dos trens à circulação, porém, não põe fim à greve dos metroviários, . O embate entre categoria e Metrô/DF sobre a nomeação de 320 servidores e reajuste salarial ainda deve ser julgado pelo TRT/10, ainda sem previsão de data.

Faixas exclusivas seguem liberadas


Mesmo com o retorno parcial do metrô, o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF) manteve a liberação das faixas exclusivas para ônibus na EPTG e na EPNB. A medida vale apenas até as 23h59 desta quinta-feira.

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