Cidades

UPA de Ceilândia deixa mais de 20 doentes sem atendimento

A gerência da unidade negou a informação e disse que três médicos faziam o atendimento dos casos graves

Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 09/02/2018 21:30
Pacientes reclamam de falta de atendimento na UPA de Ceilândia
Desde às sete horas da manhã desta sexta-feira (9/2), pacientes aguardavam por atendimento na Unidade de Pronto Atendimento de Ceilândia. Por volta das 18h a fila somava aproximadamente 20 doentes quando o responsável anunciou que não havia previsão de atendimento, independente da gravidade da situação. O relato foi feito ao Correio pelos próprios prejudicados e acompanhantes que passaram pela situação.

Moradora do P Sul, Vandira Nunes da Silva, 61 anos, era uma das doentes que aguardava na fila. "Ela está com infecção urinária, com febre de 40 graus e com fortes tremores. Uma senhora hipertensa e diabética sem receber atenção nenhuma. É um absurdo", disse a acompanhante e vizinha de Vandira, que não quis se identificar. "É um caso de calamidade pública. O governo tinha que dar mais prioridade, porque a saúde já está e esses viadutos, só caindo, afundando", completou.
[SAIBAMAIS]
Orientada a procurar outra unidade de saúde, Vandira e outros pacientes deixaram o local. Segundo a gerência, três médicos fazem o atendimento na unidade, priorizando os casos classificados como emergência e, posteriormente, os de urgência. No entanto, de acordo com pacientes, nem mesmo os casos mais graves estavam recebendo auxílio.

A Secretaria de Saúde negou, em nota, a informação. "No início da noite, dois pacientes que estavam internados na sala vermelha foram transferidos para o Hospital Regional de Ceilândia, que é o hospital de retaguarda da região, abrindo vagas para admissão de novos pacientes na UPA". Apesar de afirmar que "todo esforço está sendo feito para que nenhum paciente grave deixe de ser atendido", a pasta não esclareceu se durante o dia esses casos de emergência deixaram de ser assistidos.

Orientações das UPAs


No site da secretaria, as orientações quanto ao procedimento adotado nas UPAS estipula tempo máximo de espera de quatro horas para os casos classificados como "sem risco", em que os doentes recebem uma pulseira azul. No caso de emergência (pulseira vermelha), o atendimento deveria ser imediato, os muito urgentes (pulseira laranja), em dez minutos, os urgentes (pulseira amarela), uma hora e os pouco urgentes (pulseira verde), em até duas horas.

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