Cidades

Fiscais combatem fraude na venda de peixe no Distrito Federal

Ministério da Agricultura realizará análises de DNA em laboratório oficial em Goiás para comparar com produto registrado em embalagem

Mayara Subtil - Especial para o Correio
postado em 20/02/2018 12:02

Após a coleta geral de peixes congelados e embalados, as amostras, colocadas em pequena porção dentro de um recipiente, vão ser levadas para testes de DNA
Fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizaram, na manhã desta terça-feira (20/2), a Operação da Semana Santa, para coletar amostra de pescados de mercados do Distrito Federal. A ação aconteceu em mercados das asas Sul e Norte.



Além da capital, a operação ocorre de forma simultânea em 12 estados e conta com o apoio de 50 servidores subdivididos entre auditores fiscais de agropecuária, agentes de inspeção e técnicos de laboratório. As marcas escolhidas são nacionais e internacionais.

[SAIBAMAIS]Após a coleta geral de peixes congelados e embalados, as amostras, colocadas em pequena porção dentro de um recipiente, vão ser levadas para testes de DNA em laboratório oficial, localizado em Goiânia. No local, serão realizadas comparações do produto anunciado na embalagem e o alimento real. A ideia do Mapa é frear a fraude econômica e a troca de espécies.

De acordo com o auditor fiscal agropecuário, Paulo Araujo, o que acontece mais é a substituição de peças nobres, como bacalhau, salmão selvagem e surubim por produtos de valor até três vezes menor, como o bagre. ;Caso seja um produto importado, nós entramos com um regime de alerta;, ressaltou Araujo. Atualmente, o Mapa monitora 46 empresas de pescado internacional.

Nas marcas nacionais em que forem constatadas as fraudes, o órgão entrará com uma medida cautelar e apreender produtos para análises em outros lotes. "Não só serão multados, como os empresários vão ter de comprovar a autenticidade do produto. Em caso de produto internacional, os carregamentos ficam presos nos portos. É um regime de controle forçado", explicou Paulo.

A previsão, segundo o Ministério, é de que os resultados sejam divulgados no site do órgão até a primeira quinzena de março, próxima à Semana Santa, época de maior venda de peixes pelo Brasil.

Papel do consumidor

Todo o trabalho fiscal é de responsabilidade do Mapa. Supermercados e estabelecimentos apenas recebem os produtos para comercialização. Por conta disso, Paulo Araújo aponta sinais para que o consumidor não fique no prejuízo, como atenção para a baixa dos preços de peças nobres, além da conservação. ;As pessoas precisam ficar atentas ao glaceamento, ou seja, o gelo que fica por cima dos produtos é importante. Outra coisa é a coloração, pois pode ser mais amarelada ou mais amarronzada, a depender da espécie;, frisou o fiscal.

Isso é o que faz a dona de casa Solange Courinho, 57 anos. A moradora da Asa Sul conta que passou por um problema como esse há dois meses. ;Acontece muito. Já ocorreu comigo não só com peixes, mas com carnes em geral também. Fora que desconfio das moídas que ficam nas prateleiras embaladas. Eu sempre compro a carne e peço para moer. É mais seguro;, recomendou Solange.

Em casos como esse, Paulo Araújo informou que os consumidores podem procurar pelo Mapa para denunciar. ;Temos uma aba no nosso site somente para isso. Ali, os consumidores podem acompanhar os monitoramentos e saber, inclusive, quais foram as empresas alertadas e fiscalizadas;, completou o fiscal do Mapa.

Resultados

A Operação Semana Santa foi levada aos supermercados em 2015. Naquele ano, o Ministério contabilizou 23% de produtos fraudados pelo país. No ano seguinte, esse número caiu para 15%. Em 2017, a ação resultou em um total de 3% de trocas, o equivalente a 96% de ordem em amostras nacionais e 100% de produtos internacionais.

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