Cidades

Enterro de Henzo Gabriel reúne familiares em Santo Antônio do Descoberto

Parentes pediam por justiça e cobravam uma posição do Conselho Tutelar. Há acusações de maus-tratos também contra o pai adotivo

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 07/03/2018 16:00
A cerimônia ocorreu na manhã desta quarta-feira (7/3)
O enterro de Henzo Gabriel da Silva de Oliveira, de 2 anos e 11 meses, reuniu cerca de 60 pessoas no Cemitério Campo da Paz, em Santo Antônio do Descoberto, no centro do município goiano. O menino foi espancando até a morte pela mãe, Luana Alves de Oliveira, 21 anos, e o padrasto, Wesley Messias de Souza, 23, na noite de domingo (4/3). O casal foi preso na manhã de segunda-feira (5).
Parentes paternos da crianças pediam por Justiça. A tia-avó Valdenice Ribeiro da Silva, 45 anos, reclamou que a criança foi tirada da guarda do pai adotivo, Fábio da Silva Pereira, 27. O Conselho Tutelar da cidade levou Henzo para a mãe após uma denúncia de maus-tratos contra Fábio.

A família nega que a criança tenha sofrido violência doméstica e psicológica nesse período, mas a conselheira Margarete Matos, uma das responsáveis pelo caso, explica que, quando buscou Henzo, ele estava sujo. "Quando entrei na casa, o pai estava dormindo. O Henzo estava nu, com marcas de queimadura de cigarro pelo corpo, brincando no chão sujo", conta.

Desse modo, Margarete entregou o menino à mãe, Luana, por não haver nenhuma denúncia contra ela. "Ela não tinha nenhum registro na polícia ou no conselho contra ela e queria cuidar dele. Quando entregamos o Henzo para a mãe, ela assinou um termo que a deixava ciente de todas as suas obrigações. À época, ela estava com outro companheiro, que se comprometeu a ajudá-la. Fizemos uma visita de rotina e estava tudo bem. Contudo, quando fomos pela segunda vez, em outubro passado, ela havia se mudado sem deixar endereço", afirma.
Quando Luana se mudou da casa do companheiro que se comprometeu a ajudar a cuidar de Henzo, ela teria se juntado com Wesley, e passou a morar na Quadra 50 do Setor de Mansões Bitencourt, na casa do pai do acusado.
A conselheira Margarete Matos afirma que a demanda do conselho é alta, já que não há uma delegacia especializada em crianças e adolescentes. Isso, segundo ela, impede um acompanhamento mais próximo de todos os casos atendidos.

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