Ciência e Saúde

A tabela periódica do nosso corpo

Dos 116 elementos químicos presentes na natureza, 14 são essenciais ao equilíbrio nutricional do organismo. Conheça quais são e o que consumir para obter as quantidades ideais

postado em 19/07/2009 08:00

O funcionamento do corpo humano consiste em uma série de reações químicas, executadas pelos órgãos internos. Nesse processo, os alimentos fornecem a energia responsável pela atividade das moléculas, formadas por elementos químicos presentes no emaranhado de números e siglas da tabela periódica.

Quando se fala em metais necessários para uma vida saudável, todos pensam imediatamente em ferro. Alguns, mais antenados com a nutrição ortomolecular, em zinco e selênio. A maioria desconhece que entre as 116 substâncias da tabela periódica 14 são essenciais para o equilíbrio nutricional. O cálcio, por exemplo, é vital para a formação dos ossos; já o sódio, elemento principal do sal de cozinha, pode trazer danos ao coração se consumido em excesso. Outros são pouco conhecidos e têm nomes estranhos. É o caso do molibidênio, presente em pequena quantidade no organismo e rapidamente absorvido no estômago e intestino delgado. Onde encontrá-lo? Nas ervilhas.

Os 14 metais importantes para o ser humano são conhecidos popularmente como sais minerais e estão presentes nos alimentos. Quem não come bem, seja por não ter acesso aos alimentos ou por uma opção dietética, precisa de suplementação. É o caso do administrador Tiago Toledo, 28 anos. Em 2004, pesando 131kg, ele se submeteu a uma cirurgia bariátrica. Emagreceu 54kg, mas ficou dependente da reposição de ferro, potássio, cálcio, entre outros sais minerais. ;Com a operação, o aparelho digestivo apresenta absorção de todos os nutrientes e preciso repô-los;, explica o rapaz, que sempre traz consigo um kit com os comprimidos a serem consumidos durante a semana.

Para explicar a importância dessa reação química e alimentar, a Revista do Correio conversou com químicos, médicos e nutricionistas.

Um pouco de história

A tabela periódica, como conhecemos hoje, surgiu no século 19 com o intuito de analisar as propriedades dos metais e não-metais presentes na natureza. Hoje, conta com 116 elementos. A denominação periódica se deve à repetição de propriedade dos elementos, de intervalos em intervalos. Para criá-la, os químicos seguiram o modelo das fases da lua, que mudam durante o mês e se repetem mês após mês.

Os metais como ouro, prata, estanho, cobre e chumbo são conhecidos pelos homens desde a Antiguidade. Porém, a primeira descoberta científica de um elemento ocorreu em 1669, quando o alquimista Henning Brand descobriu o fósforo.

Durante os 200 anos seguintes, um grande volume de conhecimento relativo às propriedades dos elementos e seus compostos foi adquirido pelos químicos. Com o aumento do número de elementos descobertos, os cientistas iniciaram a investigação de modelos para reconhecer as propriedades e desenvolver esquemas de classificação.

O modelo em vigor foi elaborado pelo químico russo Dimitri Ivanovich Mendeleiev. O cientista chegou a esse modelo enquanto escrevia um livro de química inorgânica. Mendeleiev criou uma carta para cada um dos 63 elementos conhecidos na época, em 1869. Cada carta continha o símbolo do elemento, a massa atômica e as suas propriedades químicas e físicas. Colocando as cartas numa mesa, organizou-as em ordem crescente de massas atômicas, agrupando-as em elementos de propriedades semelhantes. Nascia a tabela periódica.

Para entendê-la, é preciso conhecer todos os elementos, as propriedades de cada um deles e como eles se interagem. Para alguns, é um emaranhado de números e letras, transformando-se no terror dos estudantes do ensino médio. Para os cientistas, é a explicação da vida: todos os elementos são interligados e interdependentes. Sem átomo, não há molécula. E sem moléculas, não há substâncias para garantir o surgimento e a transformação da natureza animal e vegetal. A principal delas é a água ; a ligação química de dois átomos de hidrogênio com um de oxigênio.


Selênio
Bem cotado entre os adeptos da medicina ortomolecular, o selênio faz parte do grupo 16. A castanha-do-pará é a principal fonte dessa substância, presente também nos ovos, arroz integral, peixes e carne de frango. Na tabela periódica, é o número 34. Entre as funções desempenhadas pelo selênio, destacam-se a participação na síntese de hormônios tireoidianos, a ação antioxidante, combatendo o envelhecimento das células. Coma uma castanha-do-pará ao dia e mantenha a dose ideal de selênio.

Flúor
Conhecido por sua eficiência no combate às cáries, o flúor é um elemento químico, pertencente ao grupo 7 e de número atômico 9. Depois de ser absorvido pelo estômago e pelo intestino delgado, esse mineral começa a desempenhar sua principal função: a formação de ossos e dentes. Além da pasta dental enriquecida, outra boa fonte é a sardinha enlatada. Os chás são importantes fontes de flúor também. A ingestão de 1,5l de água fluoretada supre a necessidade diária para quem tem carência.

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