Ciência e Saúde

Congressos reconhecem jovens pesquisadores

postado em 22/10/2009 11:18
O que as folhas de uma planta conhecida como pata-de-vaca, um sistema capaz de desvendar algumas das mais intrigantes estruturas do interior das células e a relação entre o Brasil e os países africanos de língua portuguesa têm em comum? Esses são temas dos três estudos vencedores - entre 1065 inscritos - do VI Congresso de Iniciação Científica do Distrito Federal e XV Congresso de Iniciação Científica da UnB, promovidos de forma integrada pela Universidade de Brasília, Universidade Católica de Brasília (UCB), Escola Superior de Ciência da Saúde (ESCS) e pelo Centro Universitário do Distrito Federal (UDF). Segundo o coordenador do Programa de Iniciação Científica da UnB, Mário César Ferreira, a procura por tais atividades vem crescendo, o que mostra a valorização da pesquisa pelo mercado de trabalho. "Durante as pesquisas, os alunos lidam com atividades de planejamento, execução e avaliação de projetos, que são características indispensáveis ao exercício de qualquer atividade. Muitos desses estudantes não pretendem seguir a carreira científica, mas adquirir um diferencial cada vez mais valorizado pelas empresas", comenta. Os projetos apresentados foram divididos em grandes áreas e seções, de acordo com o tema, e avaliados por uma comissão de 40 cientistas sem vínculo com as instituições universitárias. A pesquisa da aluna do 7º semestre de ciências farmacêuticas da UnB Jacqueline Figueiredo, 21 anos, sobre substâncias presentes no extrato das folhas da Bauhinia variegata, popularmente conhecida como pata-de-vaca, foi escolhido como o melhor na área de ciências da vida. "É muito bom ter esse reconhecimento e perceber que seu trabalho está sendo valorizado, mesmo com todas as dificuldades de uma universidade pública", diz a estudante, que teve o esforço recompensado. "Não tive férias no início nem no meio do ano. Assim, pude fazer meu projeto e me dedicar mais às aulas durante o semestre", conta a jovem, que planeja seguir a carreia acadêmica. Em ciências humanas, a melhor pesquisa foi a da estudante do 8º período de relações internacionais da UnB Gabriela Pereira dos Reis, 22 anos. Ela estudou as relações entre o Brasil e os países africanos onde se fala português: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. "É uma área pouco explorada pelo curso de relações internacionais, e eu encontrei na pesquisa uma possibilidade de complementar a minha formação", explica a estudante. Ela não pretende seguir a carreira acadêmica, mas acredita que o estudo a ajudará a ser uma profissional melhor. "Pretendo ser diplomata e, na carreira, quero continuar trabalhando com países africanos". Já na área de ciências exatas, o vencedor foi Tulio Conrado, 23 anos, graduado em ciência da computação, também pela UnB. Um ano de estudos resultou em um sistema baseado em algorítimos de inteligência artificial capaz de selecionar e classificar ncRNA%u2019s, estruturas responsáveis pelo funcionamento e regulação das células de todos os seres vivos. "É uma sistema único que pode ajudar em pesquisas de várias doenças, como a surdez senil", conta Tulio, que se formou em agosto e participa do processo seletivo para mestrado. Por dentro das pesquisas Ciências exatas O estudante Tulio Conrado desenvolveu um sistema baseado em inteligência artificial capaz de selecionar e classificar o ncRNA, estrutura presente no citoplasma celular responsável pela regulação da atividade celular. O sistema utiliza uma rede de computadores interligados que dividem o processamento das informações, tornando a análise, em média, sete vezes mais rápida. Ciências da vida A aluna de farmácia Jacqueline Figueiredo estudou a ação sazonal do extrato das folhas dapata-de-vaca (Bauhinia variegata). O extrato da planta ajuda a sensibilizar estruturas importantes no controle e absorção de insulina, podendo ajudar pacientes com diabetes. A pesquisa de Jacqueline tem potencial para, no futuro, facilitar o desenvolvimento de medicamentos para o controle da doença. Ciências humanas A formanda em relações internacionais Gabriela Pereira pesquisou as relações político-econômicas entre o Brasil e os países africanos de língua portuguesa. A estudante apontou maneiras de ampliar e fortalecer as relações entre esses países, o que poderia favorecer o desenvolvimento econômico tanto do Brasil quanto dos países africanos.

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