Ciência e Saúde

Tabagismo e obesidade amplificam os riscos da hipertensão

Vista por médicos como "inimiga silenciosa", a doença pode ter consequências graves

postado em 29/01/2010 08:41
clique na imagem para ampliarA hipertensão, doença provocada pelo aumento de pressão do sangue sobre os vasos, é conhecida entre agentes de saúde como ;inimiga silenciosa;. Pacientes hipertensos muitas vezes sequer tomam conhecimento da doença e, assim, não recebem o tratamento certo. Quando não tratada adequadamente, a hipertensão pode resultar em dores no peito, insuficiência renal, alterações na visão e até derrames, por exemplo. Por conta disso, a crise do presidente da República na madrugada de ontem, em Pernambuco, assustou autoridades e auxiliares do petista.

;O presidente não é hipertenso, este é um quadro esporádico;, afirmou Cleber Ferreira, médico oficial de Lula. Segundo ele, a pressão arterial normal de Lula é de 11 por 8, mas, devido, possivelmente, ao estresse e ao cansaço, chegou a 18 por 12. A hipertensão caracteriza-se pelo aumento da pressão do sangue que circula nos vasos.

O médico Flávio Cure, doutor em cardiologia pela Universidade de São Paulo (USP), explica que fatores como consumo excessivo de sal, obesidade, tabagismo e vida sedentária podem amplificar os riscos. Mas, para pessoas próximas ao petista, a crise foi motivada pela agenda presidencial sobrecarregada.

;O presidente tem uma saúde boa e cuida dela melhor do que qualquer um de nós. O presidente caminha, faz exercícios diários e o mal-estar foi fruto de uma semana cansativa;, afirmou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

[SAIBAMAIS]Ainda na madrugada de quinta-feira, Lula foi medicado com diuréticos e permaneceu internado no Hospital Português, em Recife. A recomendação agora é de repouso. Assim, enquanto o presidente descansa na residência de São Bernardo do Campo, os ministros Celso Amorim, de Relações Exteriores e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, receberão em seu nome, o Prêmio Estadista Global do Fórum Econômico Mundial (leia abaixo), em Davos, na Suíça.

Trânsito

;Todos nós, em situação de estresse, temos elevação da pressão;, afirma a diretora-médica do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal, Núbia Vieira. A sobrecarga de trabalho e uma simples briga no trânsito, por exemplo, podem provocar esse efeito. Mas uma crise de hipertensão como a do presidente Lula só ocorre quando os valores ficam acima dos considerados normais. De acordo com uma cartilha publicada pelo Ministério da Saúde, uma pessoa é considerada hipertensa quando a pressão estiver maior ou igual a 14 por 9.

Em 2003, primeiro ano do governo petista, Lula manifestou dores no ombro esquerdo. O tratamento fisioterápico e de acupuntura para bursite, já realizado no ombro direito, foi então estendido. Os médicos que examinaram o presidente descartaram a necessidade de intervenção cirúrgica. No mesmo ano, Lula teve o pé esquerdo imobilizado devido a uma torção. Dois anos depois, em fevereiro de 2005, retirou um pólipo nasal no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. Em discurso no mês passado, Lula reconheceu que adiou o checkup de 2009.

Ouça entrevista com o médica Núbia Vieira, sobre a crise de hipertensão do presidente Lula:

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