Ciência e Saúde

Astrônomos descobrem conjunto de planetas sem estrela

postado em 19/05/2011 10:34
Quinze anos atrás, os astrônomos nem sabiam da existência dos exoplanetas, aqueles que se encontram fora do Sistema Solar. Nesse meio tempo, centenas deles foram detectados, mudando muito o conhecimento sobre os ;habitantes; do Universo. Agora, mais uma classe desses corpos foi encontrada. Existe um grupo de 10 objetos que flutuam, sozinhos, pelo cosmos. Ao contrário da maioria dos planetas, eles são independentes e não orbitam uma estrela. Sua descoberta é descrita por um grupo internacional de astrônomos na edição de hoje da revista Nature. O achado pode ajudar os cientistas a entender melhor como os sistemas planetários se formam e evoluem.

Os 10 planetas flutuantes estão a milhares de anos-luz do centro da Via Láctea e apontam para a direção da Constelação de Sagitário. Suas massas e composições provavelmente equivalem às de Júpiter e de Saturno, contendo principalmente hidrogênio e hélio. Segundo Daniel Bennett, astrônomo da Universidade de Notre Dame, esses planetas devem, originalmente, ter se formado perto de suas estrelas mas, durante a consolidação do sistema planetário, foram expulsos. A distância dos objetos em relação à estrela mais próxima é cerca de 10 vezes maior do que a verificada entre a Terra e o Sol. Provavelmente, eles foram banidos do sistema planetário onde surgiram porque sua força gravitacional estava interferindo na órbita dos outros.

Para Bennett, o número de planetas flutuantes pode ser muito maior do que o identificado. ;Nossa pesquisa é como um censo da população ; nós estudamos apenas uma parte da galáxia;, disse. ;A nossa metodologia não consegue identificar planetas mais massivos do que Júpiter e Saturno, mas as teorias sugerem que corpos como a Terra, de massa menor, devem ser expulsos de suas estrelas com mais frequência.; Ele explicou que estar sozinho no espaço frio e sem qualquer fonte externa de energia é uma condição improvável para abrigar vida.

;As implicações dessa descoberta são profundas;, disse o astrônomo Joachim Wambsganns, em um comentário publicado na Nature. ;Temos o primeiro vislumbre sobre uma nova população de objetos com massa planetária na nossa galáxia. Agora, precisamos explorar suas propriedades, dinâmica, distribuição e história. Explorar corpos flutuantes vai abrir um novo capítulo na história da Via Láctea;, acrescentou.

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