Ciência e Saúde

Tratamento com moléculas anti-inflamatórias reduz a paralisia cerebral

As complicações da doença, ainda sem cura nos humanos, foram reduzidas em coelhos com o uso de minúsculas moléculas cheias de anti-inflamatórios. Pequenas, as estruturas conseguem chegar às áreas afetadas do cérebro

postado em 21/04/2012 08:00

A palavra incurável, usada para falar sobre a paralisia cerebral ; distúrbio motor que afeta 3,3 bebês a cada mil nascimentos ;, merece ser revista em relação à doença. Hoje, para melhorar a qualidade de vida do paciente, é necessário recorrer a fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, além de cuidados neurológicos e psicológicos que permitam à criança ter a maior independência possível para desempenhar atividades comuns, como brincar. Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos, no entanto, conseguiu ir além das medidas paliativas e chegou bem perto do que pode ser a cura para um problema de saúde que dura toda a vida. Eles usaram moléculas de escala nanométrica, os dendrímeros, como ;meio de transporte; para liberar um remédio anti-inflamatório diretamente nas áreas cerebrais danificadas. Os resultados da iniciativa, feita em coelhos, foram surpreendente: apenas cinco dias após inserir a droga no organismo, os animais apresentaram melhora significativa na parte motora, que ficou ;próxima aos níveis normais;.

Quando o cérebro é privado de oxigenação por um período longo, sofre lesões irreversíveis. ;Isso é a paralisia cerebral. Como não existe regeneração dos neurônios, a chamamos de lesão crônica;, explica o neurologista do Hospital Anchieta Ricardo Campos. A falta de oxigênio pode ser causada pelo nascimento prematuro do bebê ou quando a mãe sofre infecções dentro do útero durante a gravidez que resultem em inflamações no cérebro do feto. ;Uma resposta neurológica a qualquer lesão é a ativação das células que limpam o ferimento. Infelizmente, às vezes, essa resposta dá errado e começa a destruir as estruturas normais à sua volta, o que consiste no processo de neuroinflamação;, descreve ao Correio o líder da pesquisa apresentada na revista Science Translational Medicine, Rangaramanujam M. Kannan, vice-diretor do Centro de Nanomedicina do Wilmer Eye Institute, da Escola de Medicina Johns Hopkins (EUA).

As complicações da doença, ainda sem cura nos humanos, foram reduzidas em coelhos com o uso de minúsculas moléculas cheias de anti-inflamatórios. Pequenas, as estruturas conseguem chegar às áreas afetadas do cérebro

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