Ciência e Saúde

Hiperêmese gravídica requer internação devido a alterações metabólicas

Doença despertou interesse depois de ser diagnosticada na duquesa de Cambridge, Kate Middleton

Lilian Monteiro
postado em 16/01/2013 07:05
A duquesa Kate Middleton, mulher do príncipe William, ficou quatro dias internada por conta da hiperêmese

Belo Horizonte ; A hiperêmese gravídica tornou-se mais noticiada depois de levar ao hospital, em Londres, em dezembro, a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, com náuseas que não deixavam nada parar no estômago. A cantora Ivete Sangalo chegou a perder um bebê em 2008 pelo mesmo motivo. A doença é rara, um caso em cada 500 partos, mas, quando diagnosticada, exige internação e acompanhamento de perto. Mais de 55% das mulheres que engravidam têm êmese gravídica, caracterizada pelas crises de vômito no início da gestação, entre a quarta e a sexta semana. Elas ficam mais intensas da oitava até a 12; semana e cessam no começo do quarto mês. De acordo com a literatura médica, o mal-estar é mais frequente nas ocidentais do que nas orientais e nas africanas, mas a razão dessa maior incidência é desconhecida.

A ginecologista e obstetra Nilce Consuelo Verçosa, do Hospital da Mulher e Maternidade Santa Fé, em Belo Horizonte, explica que a êmese gravídica se diferencia da hiperêmese gravídica pela intensidade de sintomas. A leve melhora com dieta e uso de remédios antieméticos, próprios para enjoo e vômitos transitórios. A média é marcada pela perda de peso, ainda que pouco importante, já que a paciente consegue se alimentar, e também é tratada com medicamento. A forma grave ocorre quando o vômito é persistente, obrigando ao jejum e acabando por determinar alterações metabólicas importantes. A mulher não ingere nada e ainda vomita.



Mal-estar recompensador


;Foi um horror. Mas tive duas bênçãos. Passaria por tudo de novo.; Assim, a psicóloga e enfermeira Ivana Rocha começa a retratar o sofrimento pelo qual passou ao desenvolver o quadro de hiperêmese gravídica. Na primeira gestação, de Ana Júlia, hoje com 12 anos, ela ficou 30 dias sentindo muito mal-estar em casa. Ela lembra que só vomitava quando escovava os dentes e, por isso, ;só escovava uma vez por dia;. Para Ivana, além de lidar com o incômodo do enjoo, a indisposição e o mal-estar ;duravam as 24 horas do dia;. Para piorar, ela precisou encarar a hipersialorreia, síndrome da quantidade excessiva de saliva. ;Não foi preciso medicação e tudo ocorreu no início da gravidez, entre a oitava e a nona semana;, conta.
Doença despertou interesse depois de ser diagnosticada na duquesa de Cambridge, Kate Middleton

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