Belo Horizonte ; Anderson Silva, Vitor Belfort, Minotauro, José Aldo Júnior arrastam uma leva de jovens às academias. Os fãs do Ultimate Fighting Championship (UFC) não querem apenas ver seus ídolos no octógno. Querem também provar o gostinho do MMA, sigla em inglês para mixed martial arts. A luta, que, como sugere o nome, mistura uma série de artes marciais, nunca esteve tão popular na televisão e fora dela. São vários os clubes e academias especializados no treinamento de amadores e de gente que está trocando a musculação por algo mais radical.
A prática, entretanto, vem acompanhada de uma série de excessos. A ingestão de água destilada é um exemplo. Foi herdada da turma do fisiculturismo, que prioriza o líquido sem sais minerais em busca de uma desidratação e consequente valorização da estrutura muscular. Há ainda o consumo de laxantes e de diuréticos, e o uso de roupas especiais para aumentar a temperatura corporal, além de exageros dentro da sauna. Um dos métodos é ainda mais ousado: um banho bem quente de banheira para desidratar o corpo ao máximo.
Tamanho esforço tem um único objetivo: emagrecer antes da pesagem para a luta. Para atingirem o peso da categoria em que pretendem lutar, os praticantes esquecem a dieta equilibrada adotada durante o treinamento. O comerciante e lutador amador Alexandre Magno, de 31 anos, já experimentou alguns dos métodos. Apaixonado por luta desde os 5 anos, quando começou no tae kwon do, o praticante de jiu-jítsu também já se dedicou ao MMA, boxe, muay thai e kickboxing. ;Mas não faço a banheira porque os caras saem direto para o hospital para tomar soro;, conta.
