Ciência e Saúde

Machos adotam monogamia para proteger a fêmea dos rivais

Pesquisadores do Reino Unido acreditam que a postura evita que os filhos sejam mortos por adversários

Paloma Oliveto
postado em 30/07/2013 07:47
Pesquisadores do Reino Unido acreditam que a postura evita que os filhos sejam mortos por adversáriosDe todas as espécies de mamíferos existentes no planeta, 9% são conhecidamente monogâmicas. O grupo, que inclui o homem e outros primatas, além de alguns tipos de roedores, chachais, lobos e mangustos, intriga biólogos e antropólogos há muito tempo. Do ponto de vista evolutivo, não faz sentido que os machos se mantenham fiéis às parceiras. Isso porque, enquanto elas gestam a cria, eles poderiam perpetuar as próprias características genéticas, cruzando com outras fêmeas. A resposta científica para o fenômeno ainda está longe de ser consenso: ontem, artigos divulgados por diferentes equipes de pesquisadores britânicos nas revistas Pnas e Science ofereceram duas explicações distintas para a monogamia.

Enquanto um grupo aposta na proteção dos filhotes, o outro sustenta que a prática foi uma estratégia dos machos para não perder a parceira. Os cientistas esclarecem que não estão falando de homens e mulheres, embora os humanos façam parte do grupo de mamíferos monogâmicos. ;Nesse tipo de pesquisa, nós procuramos entender o que aconteceu durante a evolução do ancestral comum a todos os mamíferos que adotaram um único par durante o período de reprodução. Estamos falando de algo ocorrido milhões de anos atrás e, além disso, de um conceito bem definido de monogamia social, ou seja, uma fêmea e um macho férteis que procriam durante várias temporadas reprodutivas;, explicou, em uma entrevista coletiva, Dieter Lukas, do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge.

A pesquisa de Lukas, publicada na Science, é o estudo mais aprofundado, em termos de quantidade de dados, já realizado a respeito da monogamia. Os cientistas utilizaram informações de 2,5 mil espécies de mamíferos cujas características são bem documentadas, e dividiram os animais em três classes: solitários (68%), monogâmicos (9%) e aqueles que vivem em grupos (23%). Com modelos estatísticos, dados históricos e análise filogenética ; ramo que estuda a evolução das espécies sob o ponto de vista genético ;, eles determinaram que as primeiras fêmeas de mamíferos hoje monogâmicos viviam, majoritariamente, sozinhas. ;Elas não eram sociáveis e não se relacionavam bem com outras da espécie, por isso viviam bem longe umas das outras;, contou o pesquisador.

tronco espinhoso chega a medir entre 8m e 9m de altura.

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